
Presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, no troço pista corrigido
Eduardo Pinto
Pista está encerrada ao tráfego de aviões desde julho desde 2019, depois de ter sido detetado risco de abatimento.
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A Câmara de Vila Real prevê que o aeródromo municipal reabra até meados do próximo mês de dezembro. A pista está interdita à aterragem de aviões há quase dois anos e meio, depois de ter sido detetado risco de abatimento, devido a uma linha de água que corria por baixo.
O aeródromo de Vila Real era, entre os cinco da carreira aérea que liga Bragança-Vila Real-Viseu-Cascais-Portimão, aquele onde, antes de ter encerrado, entravam e saíam mais passageiros. Médicos, professores e empresários eram os que mais a utilizavam.
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A pista foi interdita a aviões, em julho de 2019, devido aos problemas detetados na pista. Seguiram-se estudos, projetos e muitas datas para a reabertura. As obras de correção e pavimentação foram feitas ao longo dos últimos meses. Os testes e as inspeções necessárias estão a decorrer, pelo que, de acordo com o vereador com o pelouro da Proteção Civil na Câmara de Vila Real, Carlos Silva, "o mais tardar na primeira ou segunda semana de setembro espera-se que tudo esteja operacional". Da parte da autarquia, assegura, "até ao final de novembro a pista deve estar em condições de voltar a receber a carreira aérea".
Muita procura
A pista do aeródromo foi toda reparada numa extensão de 250 a 300 metros. Foram compostas as fissuras e resolvidos os problemas de drenagem, o que representou um investimento de 400 mil euros. As obras foram mais demoradas devido à dificuldade de obtenção de materiais de construção e de angariação de mão de obra.
Carlos Silva admite que o processo poderia ter sido mais célere, até porque o aeródromo é "importante para a cidade, para o concelho de Vila Real e para toda a região" de Trás-os-Montes. "É uma forma de estarmos mais próximos de Lisboa", realça, notando que a linha "tem muita procura de pessoas que necessitam de ter contactos diários com o poder central".
"É melhor tarde que nunca", comenta por seu lado Pedro Leal, presidente da SevenAir, a empresa que detém a carreira aérea Bragança-Vila Real-Viseu-Tires-Portimão até 2023, esperando que as promessas não se percam no tempo. Apesar de estar quase a entrar no período de inverno, em que a empresa apenas faz uma viagem em cada sentido, "melhor ter a pista aberta do que fechada".
Vila Real tem o aeródromo "onde embarca mais gente" em toda a carreira. "Com Vila Real a ocupação é de 86% e sem este aeródromo é de 45%", refere Pedro Leal. O avião tem capacidade para 18 passageiros.
O edifício onde funcionam os serviços do aeródromo de Vila Real, "já devia ter sido intervencionado há mais de 20 anos". É a convicção do presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, pois "já não corresponde às exigências do século XXI para albergar Unidade de Emergência de Proteção e Socorro da GNR, uma sala de entrada e saída de passageiros e um dispositivo de combate a incêndios florestais".
Proteção Civil do Norte em Vila Real
As obras na pista do aeródromo de Vila Real foram aproveitadas para dar andamento a um projeto mais ambicioso, que importa em mais de 2,5 milhões de euros, e que envolve a construção de um novo hangar de entrada e saída de passageiros, bem como a instalação do centro de Proteção Civil do Norte, da Comunidade Intermunicipal do Douro e também municipal. "É a partir de Vila Real que será feita a operação de combate a incêndios florestais com meios aéreos", destaca o presidente a autarquia vila-realense, Rui Santos. "Isto implicará mais meios e mais profissionais".