O fogo, que começou quinta-feira em Belver, no concelho de Gavião (Portalegre), e que entrou em fase de resolução esta sexta-feira, reativou e obrigou à retirada de habitantes de três aldeias.
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23h49
Várias aldeias do concelho de Gavião, distrito de Portalegre, continuavam hoje à noite ameaçadas pelo fogo, que lavra no município desde quinta-feira, apesar do "esforço titânico" dos bombeiros, disse à agência Lusa o presidente da Câmara, José Pio.
Atalaia, Degracia, Cadafaz, Belver e Arriacha são algumas das povoações que nas últimas horas mais preocupações tem dado aos 482 operacionais, apoiados por 161 meios terrestres, que combatiam as chamas no concelho de Gavião, pelas 23:30.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Gavião, José Pio, referiu que a situação no município "ainda é muito grave" e que deseja que "a humidade da noite possa ajudar os bombeiros a dominar o incêndio".
"Os bombeiros têm aqui muitas horas de trabalho. Têm feito um esforço titânico para evitar que as chamas avancem. Infelizmente a situação mantém-se na mesma e temos situações muito graves. Neste momento ainda existem várias aldeias em perigo", apontou o autarca.
Ao inicio desta noite, pelas 20:00, a Câmara de Gavião decidiu acionar o Plano de Emergência Municipal, devido à gravidade dos incêndios.
Durante a tarde já tinham sido retiradas pessoas das aldeias de Torre Cimeira e Torre Fundeira e encaminhadas para as instalações do lar de idosos de Belver e para a Santa Casa da Misericórdia de Gavião.
20h55
A Câmara de Gavião, distrito de Portalegre, decidiu esta noite ativar o Plano de Emergência Municipal, em virtude da reativação do incêndio que afeta o concelho e que lavra perto de várias localidades.
De acordo com o presidente da Câmara, José Pio, o Plano de Emergência Municipal foi acionado cerca das 20h00, uma vez que o incêndio "chegou mesmo às casas" em Belver, "contornou" a vila de Gavião e dirige-se nesta altura em direção às aldeias de Degracia e Atalaia.
"O incêndio está muito violento, tem várias frentes ativas, não está fácil. Neste momento há populações em risco", disse.
"Já chega de terrorismo, isto é uma imagem dantesca, aquilo que nós temos observado nos últimos dias. Há fogo por todo o lado, as pessoas estão desesperadas ao ver arder o trabalho de uma vida, isto não pode continuar assim", acrescentou.
Para José Pio, os incendiários devem ser "punidos exemplarmente", exortando o Governo a "alterar leis" nesse sentido.
"Já não acredito mais em deflagrações espontâneas, isto acontece porque tem que acontecer e os incendiários espalhados de uma forma brutal, isto já me cheira a crime organizado", alertou.
A aldeia do Cadafaz foi evacuada hoje à tarde, "à exceção dos que nem a GNR conseguiu tirar", e foi também evacuada a Praia Fluvial do Alamal, junto ao rio Tejo, disse o autarca.
A praia fluvial do Alamal estava durante a tarde de hoje "cheia de gente", tendo as pessoas sido aconselhadas a ir para o centro da vila de Gavião.
Durante a tarde já tinham sido retiradas pessoas das aldeias de Torre Cimeira e Torre Fundeira e encaminhadas para as instalações do lar de idosos de Belver e para a Santa Casa da Misericórdia de Gavião.
Segundo a página na Internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), o combate às chamas mobilizava, às 20h50, um total de 472 operacionais, 157 apoiados por 120 viaturas.
20h00
Há dois bombeiros feridos em Gavião, confirmou à TSF o vice-presidente da Câmara Municipal de Gavião, António Severino. O incêndio já obrigou à evacuação de três aldeias. Nesta fase, no início da noite, as chamas começam a atingir algumas casas na vila.
Dentro de pouco tempo, as autoridades vão reunir-se para fazer um ponto de situação, que tem estado caótica.
A meio da tarde, a situação de Gavião começou a complicar bastante. "O fogo neste momento está fora de controlo. Uma situação muito, muito dramática", alertou o vice-presidente da Câmara de Gavião, em declarações à TSF.
António Severino confirmou que foram evacuadas a praia fluvial do Alamal, na freguesia de Belver, e a aldeia de Cadafaz, que está "completamente cercada pelo fogo", a três quilómetros da vila de Gavião.
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O autarca confessou à TSF que ficou surpreendido pela velocidade com que o incêndio passou o rio Tejo, passando da freguesia de Belver para a união de freguesias Gavião e Atalaia.
"O que de manhã parecia controlado, agora à tarde descontrolou-se e o que andávamos aqui há dias a prever... o fogo passou o Tejo com velocidade", relatou António Severino.
Já o presidente da Câmara de Gavião, José Pio, disse à Lusa que também os moradores de Torre Cimeira e Torre Fundeira "foram retirados" das aldeias e encaminhados para as instalações do lar de idosos de Belver e para a Santa Casa da Misericórdia de Gavião.
O reacendimento aconteceu por volta das 15h45. A presidente da Junta de Freguesia de Belver, Martina de Jesus, relatou também à Lusa que as aldeias de Torres Fundeira e Torre Cimeira "ficaram cercadas" pelas chamas. "O fogo já anda dentro das aldeias e levantou-se um vento fortíssimo. Pedimos ajuda para evacuar estas aldeias, mas não se vê aqui nada tal é o fumo que anda aqui dentro, isto é dramático", disse.
Segundo a página na Internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), o combate às chamas mobilizava, às 16h25, um total de 227 operacionais, apoiados por 77 viaturas.