Rebocado navio à deriva com fertilizante ao largo do Cabo Espichel para evitar "catástrofe ecológica"
O navio graneleiro MBC Daisy ficou sem propulsão e falhou a manobra de fundear. Quando começou a ser rebocado estava a já apenas três quilómetros da Praia da Sancha, em Sines.
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A Marinha rebocou esta madrugada um navio à deriva carregado de fertilizante, evitando uma "catástrofe ecológica" e salvaguardando a navegação e a proteção do ambiente marinho e da orla costeira alentejana, a 22 quilómetros do Cabo Espichel.
Em comunicado divulgado este sábado, a Marinha refere ter coordenado "uma importante operação de salvaguarda da segurança da navegação e de proteção do ambiente marinho e da orla costeira alentejana".
A operação teve início pelas 20h30 de sexta-feira e envolveu o rebocador Castelo de São Jorge, “que largou de Sines às 2h00”, contou à TSF o comandante José Sousa Luís, porta-voz da Marinha, quando o navio graneleiro MBC Daisy se encontrava à deriva a cerca de 12 milhas náuticas, o equivalente a cerca de 22 quilómetros a Sudoeste do Cabo Espichel.
“Iniciou o reboque pelas 4h00, quando o navio já se encontrava perigosamente a 1 milha e meia da praia da Sancha, cerca de quatro quilómetros”, numa operação "difícil” e que teve o NRP Viana do Castelo “nas proximidades durante todo o período”.
A operação foi coordenada com a Autoridade Marítima Nacional que, “sob as direções dos capitães do Porto, de Setúbal e de Sines, entregou durante a madrugada todos os recursos necessários para evitar uma catástrofe ecológica”.
De acordo com a autoridade marítima, o navio que transportava 13 toneladas de fertilizante e mais de 200 toneladas de combustível e óleos, pediu auxílio após ficar com uma avaria no sistema propulsor.
O auxílio prestado teve de enfrentar “ondulação noroeste de quatro a seis metros, em mar aberto”, o que “dificulta bastante” o reboque, uma vez que é necessária uma aproximação ao navio em apuros para fazer a “passagem do cabo de um rebocador”.
O MBC Daisy pediu ajuda já depois de ter tentado “fundear, ancorar” naquelas condições de mar, mas "não o conseguiu e continuava a derivar para costa”.
"Fundeou a cerca de 30 metros de profundidade, o que também não é normal porque costuma ser com menos profundidade, mas fez os possíveis para não aproximar mais de costa. Não o conseguiu devido às condições do mar", apontou o comandante. No comunicado divulgado esta manhã, a Marinha acrescenta que o navio largou “aproximadamente a 85 metros de amarra".
