O filme "Listen" marcou o ano ao arrasar no festival de Veneza. O pior foi a pandemia. Agora, a realizadora Ana Rocha de Sousa só quer "que 2021 nos traga de volta tudo aquilo que 2020 nos roubou".
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Para a realizadora, como "para toda a gente, foi um ano que começou com grandes contrariedades, tempos de grandes adaptações, muita apreensão em relação ao modo como esta situação de pandemia iria desenvolver-se; foi - e está a ser - um ano extremamente complicado".
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A nível pessoal, a realizadora nascida em Lisboa há 42 anos, reconhece que o ano "valeu por Veneza e o Festival de Veneza, e a transformação que toda a minha carreira sofreu devido ao festival de Veneza e aos prémios que recebemos. Em particular, o facto de ter recebido o Leão do Futuro numa altura em que se diz que 2020 é o ano que nos cancelou o futuro". Não lhe fez espécie. E conclui: "Só me posso sentir lisonjeada e feliz, claro que com todo o respeito por todas as pessoas que passam pelas dificuldades que estão a passar".
O final do ano trouxe, contudo, um dissabor à realizadora: a Academia de Hollywood informou recentemente a Academia Portuguesa de Cinema que o filme "Listen" de Ana Rocha de Sousa, indicado por Portugal para o Óscar do melhor Filme em língua estrangeira, era uma candidatura não elegível, precisamente por ter mais de 50% dos diálogos em língua inglesa. À RTP, a realizadora afirmou que vai recorrer e mostrou-se indignada: "O que é mais importante? Contabilizarmos matematicamente a língua falada ou a causa que esse filme verdadeiramente expõe e dá a conhecer? É que, neste caso, a língua é forçosamente aquela". Prometeu não ficar de braços cruzados: "sou de causas, sou uma lutadora pela justiça e acho tudo isto inacreditável".
Ana Rocha de Sousa formula desejos através da TSF: "Gostava de deixar uma mensagem de imensa esperança para 2021, que nos traga de volta tudo aquilo que 2020 nos roubou, a proximidade que nos falta, os abraços que nos levaram, os beijos, as nossas celebrações em conjunto, as nossas grandes amizades, as nossas proximidades, que tudo isso nos seja devolvido, com segurança e com saúde". Porque, diz, "a vida é para a frente, é para seguir" em diante.
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