Um investigador deitou mãos à obra e descobriu que a mais antiga receita de batata-doce é de 1715.
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Rafael Bordalo Pinheiro, Bulhão Pato ou Alexandre Dumas contribuíram para o aparecimento destas velhas receitas que agora vêm a público no livro "As Mais Antigas Receitas de Batata-doce nos livros de culinária dos séculos XVIII e XIX".
A ideia surgiu durante o festival da batata-doce, que se celebra anualmente em Aljezur. A Associação de Defesa do Património desta vila desafiou José António Martins, historiador, a procurar as mais antigas receitas em que entra a batata-doce.
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O investigador procurou na Torre do Tombo, nas embaixadas, em documentos antigos e das três mil receitas que leu só encontrou 13 em que entrava esse ingrediente. E são essas 13 receitas que compilou no livro.
Ao procurar nos compêndios mais antigos o investigador chegou à conclusão que há nomes bem conhecidos da cultura de então que participaram na recolha gastronómica, como Rafael Bordalo Pinheiro ou Alexandre Dumas. Essa recolha foi depois vertida para livro por um autor francês.
A batata em geral e a batata-doce entraram na Europa já tarde e não foram muito bem aceites de início. "Tanto que ao princípio se dava a batata para matar a fome aos escravos e aos porcos."
No livro, José António Martins tem as receitas com as medidas antigas convertidas para as dos tempos modernos. Porque tudo tem que ser feito com uma precisão ímpar.
O livro, agora editado em português, poderá sair em língua inglesa no próximo ano. O maior produtor de batata-doce biológica do mundo é português e vive nos Estados Unidos.
Para que as receitas saiam bem, o investigador sugere que as batatas sejam da uma qualidade específica, a Lira, e oriundas de Aljezur, que tem marca certificada pela União Europeia.