
Ângelo Lucas/Global Imagens
PS, PCP e Bloco de Esquerda não poupam críticas à decisão do Governo em reconduzir Carlos Costa para um segundo mandato de governador do Banco de Portugal. PSD e CDS-PP alinham nos elogios apesar das críticas iniciais no início da investigação do caso BES-GES.
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Por que fez um bom trabalho e porque, na opinião do Governo, é o que está melhor preparado para continuar a fazer o trabalho, o Executivo decidiu propor a recondução de Carlos Costa para um segundo mandato de governador do Banco de Portugal.
Mas o PS, pela voz do deputado Pedro Nuno Santos diz que é a nomeação mais "partidarizada " de sempre e que o Governo devia ter pelo menos consultado o partido, "dado estarmos em fim de ciclo". Por isso, adianta o deputado, o PS espera que a audição que vai ocorrer não seja mero formalismo.
O PCP, por seu turno, considera que a atuação de Carlos Costa perante o caso BES/GES foi um falhanço, pelo que é incompreensível a recondução do atual governador à frente da instituição. Os comunistas sublinham que não se trata de uma questão de nomes. O deputado Paulo Sá insiste que o problema está no mecanismo de regulação.
O PCP adianta que na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES ficaram claras as responsabilidades de Carlos Costa nas falhas do regulador e promete críticas ao Governador do Banco de Portugal já na próxima audição parlamentar.
Já o Bloco de Esquerda, pela voz da deputada Mariana Mortágua, diz que a recondução de Carlos Costa no BdP é "prémio político" do primeiro-ministro para recompensar a assunção de responsabilidades no caso BES por parte de Carlos Costa.
À direita, e apesar das críticas feitas no início da investigação do caso BES-GES, o PSD tece agora elogios a Carlos Costa. O vice-presidente da bancada do PSD, Carlos Abreu Amorim, defende que a recondução de Carlos Costa como governador do Banco de Portugal é "a melhor solução para a estabilidade do sistema financeiro português".
Por seu turno, o CDS-PP admite que a atuação de Carlos Costa lhe mereceu reparos mas sublinha que o processo de venda do Novo Banco se sobrepõe as críticas. A vice-presidente da bancada do CDS-PP, Cecília Meireles, adianta que a recondução do governador do Banco de Portugal é necessária para a estabilidade do sistema financeiro, para que a venda do Novo Banco ocorra em boas condições.