Na rua lisboeta que inspirou a romanceada tragédia escrita por Eça de Queirós, uma velha mercearia é hoje restaurante, uma taberna, modernaça, é certo, mas com a essência petisqueira de outras épocas.
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As velhas tabernas, hoje recriadas de acordo com padrões retro, muito na moda, fazem parte da nossa memória, desaparecida que está a maioria desses locais de convívio sem preconceitos, onde nunca faltavam petiscos, copos e dois dedos de conversa.
Na onda revivalista que tenta recuperar a imagem desse passado rústico, sobejam espaços, em particular nas grandes cidades, onde esse tempo está retratado,
Em certos casos, a recuperação do receituário antigo de petiscos e outros comeres, foi levado a sério, com critério e seriedade, a que foi adicionado o imprescindível toque de contemporaneidade; pois, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Em Lisboa, a dois passos do cosmopolita Chiado, a Taberna da Rua das Flores, no número 103 da artéria famosa pelo romance de Eça de Queirós, é um desses exemplos.
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O espaço fora ocupado por uma mercearia que fechou portas, mas as marcas desse estabelecimento ficaram lá. Parte da área da casa manteve essa característica, sendo aproveitada para venda de produtos nacionais de qualidade.
Chão em mosaico, mesas com tampo em mármore, como era usual nas velhas tascas; um espelho grande na parede; armários em madeira,
A lista de petiscos e de outras sugestões mais substanciais está escrita numa lousa. É a ementa, muito variável, de acordo com a inspiração de quem lidera a cozinha, que tem como objetivo recuperar sabores de outras épocas.
A lista de petiscos é vasta e inclui o apreciado picadinho de carapau, a par de ovos com espargos verdes; queijo de cabra frito; moelas; trouxa de alheira e jaquinzinhos fritos.
Com outra substância, são presença mais ou menos habitual no cardápio, entrecosto no forno; lagartos grelhados ou, com um toque mais contemporâneo, brás de bacalhau fumado.
Nas tabernas lisboetas de outras eras, não faltavam as iscas com elas ou a meia desfeita de bacalhau, petiscos que ajudaram a construir a fama desta casa, onde a comidinha de tacho tem sido outra saborosa referência. Da mão de vaca com grão ao arroz malandro de bacalhau, à feijoada de chocos, ensopado de borrego à pastora e ao cozido de chícharos com carne.
O arroz de pato é um prato icónico e, durante a época, sexta-feira é dia de sável com açorda de ovas.
Para sobremesa, há mousse de chocolate com licor.
Garrafeira com referências pouco habituais nas grandes superfícies e vinho a copo. Serviço despachado neste restaurante com essência de Taberna. Da Rua das Flores. Em Lisboa.
Onde fica:
Localização: Lisboa
Telef.: 21 347 94 18