Reembolso antecipado ao FMI é «bom princípio» também para Portugal, diz Passos Coelho
O primeiro-ministro admite a possibilidade de Portugal pagar ao FMI antes do fim do prazo. Citado pela agência Lusa na Grécia Pedro Passos Coelho considerou que a intenção da Irlanda de avançar com o reembolso antecipado de parte do empréstimo, é «racional» e constitui «um bom princípio» também para Portugal.
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Numa conferência de imprensa conjunta com o chefe do governo de Atenas, Passos sublinhou, ainda assim, que os casos de Portugal e da Irlanda não são iguais.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sublinha que «a Irlanda começou o seu programa mais de seis meses antes de Portugal, e tinham taxas de juro mais altas que Portugal nos empréstimos do FMI", que chegaram a atingir entre os 4,5 e os 5%, enquanto atualmente a taxa de juro paga por Dublin junto dos mercados, para empréstimos com maturidade a 10 anos, ronda os 2,2%, bem mais vantajosa, razão pela qual faz sentido pagar antecipadamente os empréstimos negociados com o Fundo Monetário Internacional».
«Claro que este é um bom princípio também para nós. Não temos a mesma diferença entre os (juros pagos nos) mercados financeiros e as condições acordadas com o FMI, essa divergência não é tao grande como no caso da Irlanda. Mas espero que, nos próximos meses, Portugal possa ter melhores perspetivas nas maturidades a dez anos», e, nesse caso, já seria também vantajoso para Portugal mudar as condições de reembolso dos empréstimos em causa.
Passos Coelho salientou que "não está ainda decidido" se é importante para Portugal "fazer o mesmo, ao mesmo tempo" que a Irlanda, mas assegurou que o país quererá estar em condições de "fazer o mesmo quando a vantagem for também a mesma".
No mesmo sentido, vão as declarações da ministra das finanças. Esta manhã, no parlamento, Maria Luis Albuquerque voltou a dizer que o reembolso antecipado também é um bom caminho para Portugal.
A reunião do Eurogrupo da próxima sexta-feira, em Milão (Itália), vai debater a possível antecipação por parte da Irlanda do pagamento do empréstimo concedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no âmbito do programa de assistência externa.
Caso Bruxelas venha a dar 'luz verde' a essa possibilidade para a Irlanda, tal abrirá um precedente para que outros países façam o mesmo, admitiu hoje fonte oficial do Eurogrupo aos jornalistas.