Numa escola de Vila Nova de Gaia apenas dois funcionários servem todos os dias mais de 200 refeições, sendo que a qualidade da alimentação fica muito áquem do exigível.
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A denúncia foi feita pelo director da Escola Secundária de Oliveira do Douro, em Vila Nova de Gaia.
Adalmiro da Fonseca que é também presidente da Associação de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, revelou que no estabelecimento que dirige a comida servida na cantina não chega aos pratos dos alunos com a qualidade exigida.
As queixas na escola têm-se repetido e o assunto já foi comunicado à Direcção Regional de Educação do Norte.
A empresa contratada pelo Ministério da Educação para servir mais de 200 refeições colocou na escola dois funcionários. Mas Adalmiro da Fonseca assegurou que não chega para garantir as condições mínimas.
«Isto faz com que a comida que se consume não seja de qualidade quando chega ao prato, pode estar fria. O serviço não é bom, o que faz com que um ou outro aluno vá comer, com o dinheiro da refeição, um bocadinho de pizza ou outras comidas que estragam toda a educação alimentar que fazemos», revelou Adalmiro da Fonseca.
Adalmiro da Fonseca diz já ter recebido relatos de problemas semelhantes noutras escolas do país.
Também o presidente da Confederação de Pais (Confap), Albino Almeida, se queixa de questões relacionadas com a alimentação em algumas escolas.
«Fundamentalmente a questão da quantidade e da qualidade, sendo que aqui está também a qualidade do serviço que muitas vezes deixa muito a desejar. Os refeitórios, mesmo em escolas novas, muitas vezes são pequenos para o número de alunos, o que significa que têm de comer um rápido para dar lugar ao segundo turno de alunos e nessa circunstância, não havendo adultos a acompanhar, os mais pequeninos muitas vezes não comem», constatou.
Albino Almeida diz que sempre que os pais querem conhecer os contratos feitos com as empresas que servem refeições nas cantinas escolares encontram vários obstáculos. O presidente da Confap não percebe esse sigilo, uma vez que em causa está um serviço pago com o dinheiro dos contribuintes.
Segundo o presidente da Confap muitas empresas que concorrem à alimentação escolar apresentam preços baixos para ganharem esses concursos e depois não são capazes de fornecer um serviço de qualidade.