Reforma das Forças Armadas não pode ter só critérios financeiros, defende Cavaco

Global Imagens/Leonel de Castro
O Presidente da República alertou hoje que a preservação da capacidade operacional das Forças Armadas, com recursos materiais e humanos adequados, deve merecer especial atenção.
Corpo do artigo
«A preservação da capacidade operacional requer recursos materiais e humanos adequados à manutenção de níveis de treino e operação das forças. A Saúde Militar assume-se aqui como um instrumento indispensável do Sistema de Forças Nacional, para assegurar a sua operacionalidade, aumentar a confiança, o moral, o rendimento, a autoestima e o bem-estar das tropas», declarou Aníbal Cavaco Silva.
O Presidente da República, que é Comandante Supremo das Forças Armadas, discursava após dar posse ao novo Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), Pina Monteiro, no Palácio de Belém.
Cavaco Silva disse em seguida ser «necessário que o processo de instalação e funcionamento do Hospital das Forças Armadas seja concluído com sucesso», frisando que nas situações de «grande constrangimento, é sobre as pessoas que as dificuldades se fazem sentir de forma mais direta e intensa».
O Presidente da República considerou ser importante que a «ação de comando seja centrada nas pessoas, dando especial atenção aos problemas concretos dos militares», cujas expetativas considerou legítimas.
Cavaco Silva sublinhou que «tem sido forte o esforço de contenção, tanto no plano individual, como no plano institucional» na atual «complexa situação financeira» do país e assinalou o «alto sentido de serviço» e o «cumprimento exemplar das missões».
«Esta atitude e esta cultura institucional, em que releva a preocupação permanente das Forças Armadas de pôr em primeiro lugar os interesses do país, tornam legítimas as expetativas dos militares de que as reformas necessárias assentem, de modo positivo e construtivo, numa ideia de futuro, para que não sejam percebidas apenas como um exercício de rigor orçamental», apelou.
O Presidente da República apontou como «pressupostos essenciais ao sucesso das reformas» a «estabilidade, coesão e disciplina das Forças Armadas», a «união e a cooperação entre os ramos militares», a «existência das condições indispensáveis para o exercício do comando por parte dos chefes militares» e uma «relação entre os chefes militares e a tutela baseada na lealdade e frontalidade».
Dirigindo-se ao novo CEMGFA, Cavaco Silva lembrou que lhe cabe «exercer o dever de tutela inerente à função de comando, acompanhar a preparação das leis estruturantes» e «contribuir para que decisões sejam concretizadas num clima de cooperação, coesão e consenso com os responsáveis políticos da área».