Reforma do PS? "Todos os partidos têm de se reformar para se aproximarem dos cidadãos"
O livro "Razão de Ser", da autoria de Luís Parreirão, vai ser apresentado por José Luís Carneiro, candidato à liderança do PS. "A apresentação está programada há muito tempo", garante o antigo governante e dirigente nacional e regional socialista.
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"Razão de Ser" é um livro da autoria do socialista Luís Parreirão e que vai ser apresentado, esta quinta-feira, em Lisboa. Trata-se de um livro de ideias, numa altura em que o país se prepara para eleições antecipadas.
A apresentação da obra de Luís Parreirão estará a cargo de José Luís Carneiro, candidato à liderança do PS. Para o antigo dirigente, o convite ao atual ministro da Administração Interna já tinha sido feito, mas não esconde o apoio a José Luís Carneiro para a liderança do partido.
"O convite ao doutor José Luís Carneiro é um convite antigo pelo respeito que eu tenho pelo doutor José Luís Carneiro. Toda a apresentação está programada há muito tempo. Tudo isto veio coincidir agora com este momento de campanha eleitoral e é verdade que eu já disse publicamente apoio o doutor José Luís Carneiro", adianta, em declarações à TSF.
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Para Luís Parreirão, há uma razão de ser para o lançamento deste livro. Não se trata de um regresso ao combate político, é apenas um incentivo para as novas gerações que, defende, devem ter uma maior participação ativa na política.
"Os cidadãos têm vindo progressivamente a participar menos", nota, sublinhando que "apela sempre" à participação "dos militantes partidários na vida dos seus partidos e na vida do país" e "à participação dos cidadãos". "Eu estou a participar, como sempre participei, em todas as campanhas internas do meu partido e também participo nesta", afirma.
Para o antigo dirigente socialista, são as novas gerações que devem governar.
"Há uma nova geração que tem de assumir as responsabilidades do país, do poder, da governação e da mudança. E esta geração já não é a minha, é a geração mais nova e, portanto, a nossa posição não deve ser a de nos demitirmos, deve ser a de participar", considera.
Luís Parreirão diz que os partidos do arco do poder, PS e PSD, devem apostar na reforma e na proximidade dos cidadãos.
"Acho muito redutor nós falarmos de reforma do Partido Socialista. Porventura, todos os partidos, pelo menos partidos relevantes e democráticos, têm de se reformar no sentido de se aproximarem mais dos cidadãos, de dialogarem mais com a sociedade e de a conhecerem melhor. É verdade que, muitas vezes, permanências continuadas muito longas no poder afasta os quadros políticos da realidade e das pessoas. Este não é um problema do PS, é um problema de todos os partidos e todos os partidos devem ter essa preocupação de uma cada vez maior proximidade aos cidadãos", sublinha.
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O futuro é incerto. Luís Parreirão não esconde preocupação com a ascensão da extrema-direita.
"Vejo com muita preocupação pela situação em Portugal, mas também porque as notícias que nos chegam um pouco de todo o lado vão-nos dando essa mesma preocupação. O que eu julgo é que nós construímos, nas últimas décadas, uma sociedade mais rica, mais avançada, mas, infelizmente, nas margens dessa sociedade esquecemo-nos de algumas bolsas. E essas bolsas alimentam o populismo e o populismo alimenta a extrema-direita e os partidos de extrema-direita. A extrema-direita tem a irresponsabilidade de não governar e, portanto, pode prometer tudo a todos, porque nada é para fazer ou para cumprir", acrescenta.
"Razão de Ser", de Luís Parreirão, é lançado, esta quinta-feira, em Lisboa, às 18h30. A apresentação está a cargo do candidato às internas do PS José Luís Carneiro.