Como principais marcos de 2015, o escritor Bruno Vieira Amaral, vencedor do prémio Saramago, destaca as mudanças verificadas com o terrorismo, a crise dos refugiados e o percurso de António Costa até ao poder.
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Bruno Vieira Amaral, escritor, crítico literário, licenciado em História Moderna e Contemporânea e vencedor dos prémios literários Fernando Namora e José Saramago.
Acontecimento do ano
"A crise dos refugiados. A perda de influência, de poder, da Europa deve-se muito à arquitetura da construção europeia, sobretudo com o euro. A crise económica veio expor essas debilidades na construção europeia e esta crise dos refugiados veio expor outro tipo de problemas, não só da relação da Europa entre si mas também com o resto do mundo, nomeadamente com os países de origem destes refugiados".
Figura do ano
"Inevitavelmente, no panorama português é António Costa, até pelo percurso desde o final de 2014 quando foram as eleições no PS. António Costa acabou por conseguir surpreender, uns pela positiva, outros pela negativa. Contrariou as expectativas de todas as pessoas ou pelo menos de quem acompanha mais de perto o fenómeno político".
E em 2016?
"Acontecimentos inesperados alteram muito o estado das coisas. Se pensarmos no efeito completamente inesperado dos atentados de França e de como estes acontecimentos têm capacidade de alterar e provocar mudanças profundas espero, dentro do possível, que as coisas possam melhorar. Mas não encontro muitas razões para ser otimista. Tenho um otimismo moderado e espero que as surpresas negativas não sejam muitas".