A AMT admite a existência de queixas, mas garante que não constam do Livro Vermelho.
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O presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), João Carvalho, assegura que, no Livro Vermelho, não existem ou são residuais as queixas por xenofobia ou por racismo.
Em declarações à TSF, o presidente do regulador dos transportes ressalva, no entanto, que há reclamações que são feitas diretamente aos operadores (como a CP, a Carris ou o Metro) e que essas não são tratadas pelo regulador.
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"Por lei, em relação ao Livro Vermelho, estamos obrigados a analisar, a divulgar e a enviar [as queixas] para a Direção-Geral do Consumidor. Depois, há uma série de reclamações que os passageiros enviam para os operadores diretamente - provavelmente essas questões de racismo e xenofobia, porque é mais fácil para o queixoso", afirmou.
Na opinião de João Carvalho esta é, apesar de tudo, uma realidade que tem de ser alterada. "Mais cedo do que mais tarde, vamos ter também que analisar, do ponto de vista do relatório,
estas reclamações que vão diretamente para os operadores - e, provavelmente, aí haverá mais", disse o presidente da AMT.
Para já, a Autoridade da Mobilidade e dos Transporte concentra-se nas reclamações feitas no Livro Vermelho, estando estas, sobretudo, relacionadas com os preços e a qualidade do atendimento.
No relatório sobre reclamações no mercado da mobilidade e dos transportes durante o 2.º semestre de 2017, as queixas aumentaram mais de 20% em relação ao semestre anterior. Um aumento que João Carvalho justifica com o aumento do número de passageiros e com um maior conhecimento do papel da AMT.
A CP, o Metro de Lisboa e a Transtejo foram os operadores que receberam o maior número de reclamações. Das 9.847 queixas recebidas pelo regulador na segunda metade de 2017, 24 já deram origem a processo de contra ordenação.