Até 16 de fevereiro de 1267, a região mais ao sul do país era disputada por reis portugueses e castelhanos. O tratado de Badajoz pôs fim ao diferendo e integrou o Algarve no território nacional.
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Até essa data o Algarve era disputado entre o rei de Portugal, Afonso III e o de Castela, Afonso X. "É por isso que Afonso III vem conquistar Faro em 1249, porque o território lhe é disputado", sublinha o historiador Luís Filipe Oliveira. Nestes anos, Afonso III nunca ousa utilizar o título de rei do Algarve. Professor na Universidade do Algarve, Luís Oliveira lembra que nessa altura, séc XIII, o Algarve era uma região muito mais alargada que incluía a Andaluzia e a sua grande cidade, Sevilha.
É no tratado de Badajoz, assinado a 16 de fevereiro de 1267 que a região fica delimitada, tal como é hoje conhecida, e a pertencer ao reino português.
Mas, apesar de nessa data lhe ter sido atribuído estatuto político, perdeu influência ao nível estratégico. "Com a conquista portuguesa o território algarvio fica um pouco amputado" das relações com a Andaluzia, mas também com o Norte de África, território com o qual estabelecia relações comerciais. O historiador lembra que o ditado "Anda Mouro na Costa", que vem desse tempo, quando as embarcações muçulmanas navegavam em águas algarvias.
A geografia do Algarve, delimitado a sul pelo mar e a norte pela serra do Caldeirão, contribuiu para o pouco desenvolvimento da região durante séculos.
No entanto, a sua identidade foi sempre bem acentuada. "Quando o monarca convocava os povos para as Cortes era habitual no Algarve haver reuniões prévias e acordar petições comuns para levar a Lisboa", o que não acontecia noutros pontos do país.
O Algarve foi a região mais nova a integrar o território português e o certo é que todos os reis, até ao fim da monarquia, fizeram questão de se intitular "Reis de Portugal e dos Algarves ,d'Aquém e d'Além-Mar ".