A intervenção de José Manuel Pureza, na XII Convenção Nacional do Bloco, foi dedicada à preocupação com a ascensão da extrema-direita em Portugal, mas com uma garantia: o BE vai derrotá-la nas urnas.
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José Manuel Pureza dedicou a sua intervenção, no segundo e último dia da XII Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, para dirigir críticas acérrimas à extrema-direita: "Usam a mentira para excitar os seus fiéis (...) para objetivos que já não escondem."
O bloquista garante que a direita radical tem o intuito indisfarçado de eliminar a esquerda e que, por isso, "tudo [faz] para exterminar a esquerda, para decapitar a democracia". A referência não é inocente, é uma invocação às palavras de Suzana Garcia, candidata do PSD à Câmara da Amadora, que disse, em televisão nacional: "Espero mesmo que o Bloco de Esquerda seja exterminado."
José Manuel Pureza também direciona o seu discurso ao desvelo das hipocrisias da ala da extrema-direita, que, por exemplo, "nada diz" sobre os que devem ao Novo Banco e sobre os que acumulam "dois salários" (como André Ventura). Já o que a esquerda deseja fazer é "recuperar para o país o que foi roubado", contrasta.
Continua dizendo que a extrema-direita escolhe como alvos os refugiados a que acusa de encetarem uma "invasão islâmica mas não diz uma palavra sobre a escravatura nas estufas de Odemira". O deputado garante, no entanto: "A extrema-direita será derrotada nas urnas e na mobilização popular."
"Saibam que não tememos os vossos ataques, saibam que não nos intimidam e que estamos prontos para vos enfrentar, opondo a decência de quem trabalha e de quem luta à mentira e ao ódio."
O deputado salienta que a extrema-direita se foca em atacar a esquerda, e explica: "É precisamente porque o Bloco é a força que mais lhe faz frente e que a vai derrotar." O Bloco não se deixa intimidar pela extrema-direita, e essa luta passa pela "rejeição das políticas pela metade", na saúde, no emprego, nos apoios sociais, diz José Manuel Pureza, numa intervenção que mais uma vez é reveladora da posição do Bloco para a negociação do OE2022.
"É aí que a luta contra a extrema-direita se ganha ou se perde", assegura o deputado, esclarecendo que só uma agenda política de igualdade e de justiça respondem à estratégia da extrema-direita, "irresponsavelmente namorada por Rui Rio". A extrema-direita tem sido, ao longo dos dois dias de convenção, um dos temas dominantes. No sábado, Francisco Louçã também defendeu a ideia de que seria o Bloco de Esquerda a força política capaz de destronar esta parte do espetro político.
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