Relatório da IGAS aponta falhas ao INEM. Sindicato quer que documento seja enviado para o Ministério Público
Em declarações à TSF, Rui Lázaro quer sejam apuradas "as devidas responsabilidades" e acusa o antigo presidente do INEM de ter tentado esconder a situação nos serviços de emergência
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O Sindicato dos Técnicos de Emergência pré-hospitalar quer que o último relatório sobre o INEM seja analisado pelo Ministério Público.
O projeto de relatório, elaborado pela Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS), aponta várias falhas na resposta do INEM, falta de técnicos e suspeitas de ilegalidades na gestão. A IGAS faz ainda 44 recomendações ao Instituto Nacional de Emergência Médica. O relatório será agora enviado ao INEM para que possa exercer o contraditório.
Ouvido pela TSF, o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar salienta que já tinha alertado para todas estas falhas. Rui Lázaro espera que o relatório seja enviado para o Ministério Público.
"Encaminhar não só o projeto, mas o relatório final para o Ministério Público, para que se apurem as devidas responsabilidades", afirma, em declarações à TSF, Rui Lázaro, acusando o antigo presidente do INEM de ter tentado esconder a situação nos serviços de emergência.
"O senhor presidente do INEM anterior tentou esconder ou diminuir as denúncias que nós fazíamos. Ele chegou a referir-se a elas como sendo picos de serviço, situações pontuais, quando está explanado neste projeto de relatório, que é uma questão estrutural, até aponta para percentagens de chamadas perdidas, chamadas não atendidas, com um número em crescendo e que o conselho diretivo anterior pura e simplesmente ignorou. Estes são os principais responsáveis pelo estado da emergência médica a que chegamos. E se isto contribuiu para a morte das 11 pessoas, pois há responsabilidades criminais para apurar", sublinha.
O antigo presidente do INEM Luís Meira demitiu-se em julho, depois de uma troca de acusações com o Governo sobre o concurso para a aquisição de helicópteros.
