Relatório final sobre aeroporto admite Santarém com Portela, mas vê mais vantagens em Alcochete e Vendas Novas
A impossibilidade de Santarém evoluir para um aeroporto único contraria as pretensões iniciais.
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O relatório final da Comissão Técnica Independente, que foi entregue esta segunda-feira à tarde ao Governo, admite um aeroporto em Santarém, mas só se for mais a Portela e, mesmo assim, com reservas. No relatório preliminar, a opção Santarém foi apresentada como inviável com ou sem Portela. Agora o relatório final aprofunda fundamentos.
A Força Aérea já tinha alertado para as restrições ao tráfego por causa da Base Aérea de Monte Real e agora afirma que a única hipótese é uma solução conjugada: Santarém mais Portela. É o que revela à TSF Rosário Partidário, a coordenadora da comissão técnica.
"O ofício do Estado-Maior da Força Aérea é muito esclarecedor em relação a isso e a consulta que fizemos à NAV, subsequente a um relatório que já tínhamos, confirma", afirmou Rosário Partidário.
No entanto, a impossibilidade de Santarém evoluir para um aeroporto único, segundo Rosário Partidário, contraria as pretensões iniciais.
"Face àquilo que são as pretensões e os objetivos da resolução do Conselho de Ministros, tal como foram colocadas, só se conseguem satisfazer como uma opção única, a prazo. Portanto deve começar sempre com uma opção dual e evoluir para uma opção única", explicou à TSF a coordenadora da Comissão Técnica Independente.
Rosário Partidário explica que o relatório final da Comissão Técnica Independente não exclui nenhuma das opções do Governo.
"A decisão não é nossa. Por isso, nunca poderíamos retirar qualquer das opções que estavam na resolução do Conselho de Ministros", esclareceu.
Ainda assim, não há dúvidas quanto às localizações que oferecem mais vantagens: Alcochete e Vendas Novas.
"São as duas que estão melhor posicionadas face às características que têm e ao potencial que representam do ponto de vista da região, da capacidade de gerar economias de aglomeração e um desenvolvimento compatível com aquilo que é necessário e que faz sentido ao nível da região de Lisboa. Vendas Novas, naturalmente, tem a desvantagem de estar mais longe do que Alcochete e tem a desvantagem de estar mais ‘atrasada’ em relação a estudos, a desenho de projeto", acrescentou Rosário Partidário.
Apesar de o relatório da Comissão Técnica Independente apenas admitir a solução Santarém mais Portela, Carlos Brazão, o porta-voz dos promotores do projeto no concelho ribatejano, acredita que Santarém pode evoluir para um HUB e lembra que a decisão está nas mãos do futuro Governo.
"Se será uma solução única ou não será uma decisão dos decisores futuros porque uma das vantagens do projeto Santarém é ser economicamente viável, quer como aeroporto complementar relativamente à Portela, quer como HUB, assim os diversos decisores envolvidos o entenderem. Temos grande confiança de que o projeto Santarém, depois do trabalho de afinação das soluções de navegação aérea conjuntas feito com a NAV entre dezembro e janeiro, tem as soluções estudadas para ter a escalabilidade em termos de movimentos para vir a ser um HUB", acredita Carlos Brazão.