O primeiro-ministro anunciou que, na sexta-feira, será apresentado o relatório de avaliação orçamental e financeira sobre a Madeira, mas não o programa de ajustamento.
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Confrontado pelo líder do BE, Francisco Louçã, no debate quinzenal no Parlamento com um compromisso assumido no anterior debate quinzenal sobre a Madeira, Passos Coelho admitiu: «Falei demais».
«O que eu pretendia dizer nessa altura era: sabe-se ou não se sabe qual a taxa de esforço que vai ter de se fazer na Madeira? Isso pressupõe o desenho de um programa mas não a apresentação do programa (...) O programa em concreto terá de ser construído com o Governo e não o é construído em campanha eleitoral», afirmou o primeiro-ministro.
Além disso, Passos Coelho garantiu que será «prioritariamente» a região autónoma a fazer «o esforço de correcção» orçamental e financeiro e não o país na sua globalidade.
«A taxa de esforço terá ser prioritariamente seguida pela região autónoma da madeira, como não pode deixar de ser», sublinhou.
Por outro lado, o chefe do Governo afirmou que existem «riscos externos» que têm que ser contabilizados, não podendo ser excluído que o programa de ajuda a Portugal seja reforçado caso algum país da zona euro entre em incumprimento.
«Eu não disse que iríamos pedir pela segunda vez ajuda externa», afirmou, numa resposta ao líder do PCP, que o questionou sobre se tinha admitido, em entrevista à RTP, um segundo pedido de assistência financeira.
«É minha obrigação de chefe de Governo é de dizer com transparência e objectividade aos portugueses que há riscos externos que não podemos deixar de contabilizar», afirmou.
Sublinhando não desejar que «algum país da zona euro entre em incumprimento», afirmou que, caso isso aconteça, Portugal ficará vulnerável «a um acidente dessa natureza».