O ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, afirmou hoje que «não perde tempo com o jogo das palavras» em resposta às críticas do PCP quanto à sua «intromissão» nas competências do Parlamento.
Corpo do artigo
«O que eu disse e volto a dizer é que de acordo com o regimento, o primeiro-ministro vai de 15 em 15 dias ao parlamento. Vai lá estar no próximo dia 17 e aí, de acordo com o regimento, os deputados podem fazer as perguntas ao primeiro-ministro. Acha que isto é uma intromissão?», questionou hoje Relvas à margem do I Congresso dos Jovens Autarcas Social Democratas que se realiza hoje na Trofa.
O ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares reagia assim à manifestação de «profundo repúdio» do PCP pelas declarações de Relvas sobre o pedido de audição do primeiro-ministro sobre as secretas.
Esta posição foi sexta-feira assumida pelo líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, no início do debate em plenário do recurso sobre a decisão da presidente da Assembleia da República de que o primeiro-ministro não é obrigado a responder em sede de comissão sobre os serviços de informações.
O líder do PCP acusou Relvas de ter «anunciado antes ainda da decisão da presidente da Assembleia da República que o primeiro-ministro só vinha aos debates quinzenais» e «mesmo depois da decisão da presidente e antes do recurso em plenário disse que o assunto estava encerrado».
Relvas esclareceu hoje e acrescentou: «Eu não perco tempo com o jogo das palavras».
Questionado sobre o Carnaval, e o risco de o país parar nesse dia, o ministro respondeu que «não se corre risco nenhum» uma vez que «o país sabe que só com trabalho é que nós ultrapassaremos as circunstâncias em que nos encontramos hoje».
«O governo já propôs a redução de dois feriados, estamos a dialogar com a Santa Sé para se anularem outros dois feriados religiosos, não tem lógica criarem-se mais feriados e este é um debate que não tem razão de ser», salientou.
Quanto às câmaras que, ao contrário do primeiro-ministro, decidiram dar tolerância de ponto a 21 de fevereiro, Relvas disse apenas não ter dúvidas que «a larga maioria dos autarcas empenhar-se-á em fazer todo o esforço para encontrar medidas de contenção, rigor e exigência, que permitam que a governação das autarquias continue a ter como objetivo a valorização do serviço público e das populações que servem».
«A verdade é esta: Portugal tem pela frente um desafio em que já começa a ser possível vislumbrar-se a esperança e é esse caminho que temos que seguir [e] não entrar em falsos debates e em falsas quezílias», sublinhou.
Para Relvas «todos os dias se arranja um caso para discutir. Hoje é o feriado, amanhã será outro acontecimento».