O tema de uma eventual remodelação está na ordem do dia. Várias fontes, contatadas pela TSF, dizem que faz pouco sentido pôr novos ministros antes do regresso da "troika" a Portugal.
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Já ninguém tem dúvidas de que algo está em mudança, dentro do Governo, mas a saída de Miguel Relvas, a decisão do Tribunal Constitucional e, sobretudo o regresso da "troika", podem ter alterado os planos de Passos e estarem, nesta altura, a limitar as escolhas do primeiro-ministro.
Na semana passada, fontes da coligação garantiam à TSF que vinha aí uma remodelação grande (com surpresas, até), agora já admitem uma versão minimalista, que não vá muito além da substituição do Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares.
Quem aposta as fichas numa remodelação modesta, atira para a mesa um argumento relacionado com a vinda "troika" a Lisboa, para negociar uma alternativa ao chumbo do Tribunal Constitucional. Várias fontes - incluindo em Bruxelas - assumem à TSF que faria pouco sentido (seria até insensato) pôr ministros novos, sem conhecimento dos dossiers, a negociar um novo acordo.
O calendário também pode estar a condicionar o anúncio e a própria decisão política. Basta lembrar que na quinta-feira (dia em que, por norma, Passos reúne todo o Governo e vai a Belém) Vítor Gaspar tem de se apresentar em Dublin, para a reunião dos Ministros das Finanças da União Europeia.
O encontro é tido como decisivo e há quem alerte para os riscos de uma remodelação, enquanto se joga a credibilidade externa. Se quiser fazer mais do que substituir o demissionário Miguel Relvas, Passos até pode esperar pelo regresso de Gaspar, na sexta-feira, mas depois tem de se despachar porque o Presidente da República parte, segunda-feira, para uma viagem à Colombia e ao Peru.
E há outro factor a ter em conta: Passos Coelho é conhecido por decidir sozinho ou em circuito muito fechado e, por isso, o tamanho da remodelação, o momento em que ela vai acontecer - já para não falar nos nomes de quem sai e de quem entra - estarão todos na cabeça primeiro-ministro... e pouco mais.