REN diz que "objetivo" é retomar a normalidade energética até à próxima madrugada
"A nossa preocupação neste momento não é tanto ir procurar as causas, isso será depois. Neste momento, a preocupação é retomar os consumos", garantiu João Faria Conceição, administrador da empresa
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A REN espera conseguir estabilizar a rede elétrica nacional durante a madrugada. João Faria Conceição, administrador da empresa, rejeita que o tempo de recuperação chegue às 24 horas, como aconteceu recentemente no Peru.
"Eu espero que não. Eu espero que possamos ter a rede estabilizada durante a noite", disse em declarações aos jornalistas, referindo que "este processo ninguém quer e que demora muito tempo"
João Faria Conceição explica que o país ficou sem eletricidade na rede de alta tensão e que o apagão se alastrou às redes de média e baixa tensão, mas que as causas ainda não são conhecidas.
"A nossa preocupação neste momento não é tanto ir procurar as causas, isso será depois. Neste momento, a preocupação é retomar os consumos", garantiu.
Questionado sobre o país poder estar dependente de energia externa, o administrador da REN explica que Portugal "vai buscar energia a Espanha por razões económicas". João Faria Conceição explica que Espanha recuperou a energia graças ao esforço francês, mas Portugal só pode ter apoio de Espanha.
"O país podia estar a ser abastecido por energia 100% portuguesa que se houvesse um apagão, era isto que iria acontecer", assegurou.
João Faria Conceição refere que "mais sistemas de recuperação significam mais custos": "É evidente que hoje toda a gente vai dizer que é justificado, mas daqui a uns tempos vamos estar preocupados com a conta da eletricidade."
O administrador da REN diz que o processo de recuperação tem de ser feita "de forma muito cuidadosa" e que as tentativas de recuperação voltaram a fazer cair a energia: "Vamos progressivamente acrescentando consumos."
"Estamos a tentar recuperar o país em várias zonas (...) A normalização total é difícil de dizer. A nossa prioridade é dar consumos aos serviços prioritários. A expectativa é que consigamos chegar à zona do Grande Porto em cerca de duas horas. A Grande Lisboa vai demorar mais tempo (...) a expectativa é de que [os serviços prioritários] estejam ligados em cinco a seis horas", informou João Faria Conceição.
"Neste momento devem estar cerca 300 mil consumidores já ligados. Se temos dois milhões de consumidores, é muito pouco", revelou.