Algumas unidades de produção do grupo automóvel Renault pararam hoje em França devido ao ciberataque mundial, que afetou a empresa, segundo fonte da direção do grupo.
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"Nós fomos afetados", disse um porta-voz da direção do grupo à agência francesa AFP, acrescentando que a marca ainda está a analisar a situação.
A paragem da produção "faz parte das medidas de proteção tomadas para evitar a propagação do vírus", declarou à AFP um porta-voz do grupo, sem precisar o nome das fábricas abrangidas pela decisão. "Estamos a verificar as fábricas", precisou o porta-voz.
Segundo uma fonte sindical, a fábrica de Sandouville, na Normandia, no noroeste do país, que emprega 3.400 funcionários e produz cerca de 640 veículos por dia, será uma das unidades que parou.
"Estamos a ser atingidos por este ciberataque, a produção [do turno] da noite foi afetada, mas, felizmente, neste fim de semana, não estava prevista uma [série de] produção completa", confirmou à AFP o responsável de comunicação da fábrica.
Todas as equipas técnicas "estão em campo para fazer um diagnóstico, proceder à análise tecnológica e definir uma ação para retomar a produção, o mais rápido possível", acrescentou o responsável, apontando para um reinício da atividade "a partir de segunda-feira de manhã".
A Renault é o primeiro grupo francês a reconhecer ter sido afetado pelo ciberataque em massa, que atingiu vários países, como Portugal, Espanha, Reino Unido, México, Austrália ou Rússia.
Uma fábrica da Renault na Eslovénia foi também afetada, segundo um porta-voz dessa unidade.
Um ataque informático de grandes dimensões à escala internacional atingiu principalmente empresas de telecomunicações e energia mas também a banca, segundo a multinacional de serviços tecnológicos Claranet.
Em Portugal, a empresa de energia EDP cortou os acessos à Internet da sua rede para prevenir eventuais ataques informáticos e garantiu que não foi registado qualquer problema, já a Portugal Telecom alertou os seus clientes para o vírus perigoso ('malware') a circular na Internet, pedindo aos utilizadores que tenham cautela na navegação na rede e na abertura de anexos no 'email'.
A PT Portugal ativou "todos os planos de segurança" contra um ataque informático a nível internacional e garante que a rede e os seus serviços "não foram afetados".
A Polícia Judiciária está a acompanhar e a tentar perceber o alcance do ciberataque que tem como alvo empresas, segundo o diretor da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime da PJ.
No Reino Unido foram reportados importantes problemas informáticos em Hospitais do serviço nacional de saúde.
Em Espanha, a multinacional de telecomunicações Telefónica foi obrigada a desligar os computadores da sua sede em Madrid, depois de detetar um vírus informático que bloqueou alguns equipamentos.
O BCP informou estar a normalizar a sua operação, depois de alguns clientes se terem queixado de problemas na realização de operações, na sequência de medidas preventivas tomadas pelo banco para evitar um ataque informático.
Este tipo de vírus surge habitualmente por correio eletrónico de "origem desconhecida", com um documento em anexo e que o utilizador abre, por engano.