
André Vidigal/Global Imagens
Empresários queixam-se de rendas altíssimas para quem quer trabalhar e ter um ordenado médio para os padrões portugueses.
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Os empresários do turismo e hotéis do Algarve alertam que é cada vez mais difícil encontrar casas para arrendar, a preços razoáveis, na região, afastando muitos trabalhadores numa altura em que há uma grave falta de mão de obra.
O presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) admite que não é por falta de imóveis e construção na região que as casas não existem, o problema é que estão destinadas ao mercado turístico, mesmo que de segunda habitação ou de férias, com valores elevadíssimos para o comum dos trabalhadores.
Elidérico Viegas sublinha que só na área que representa há um défice de 3 mil trabalhadores no Algarve, num problema que se estende a outras áreas como a agricultura e a construção civil: "Todos os setores têm falta de mão-de-obra", alerta, num problema que se tem agravado com a queda da taxa de desemprego.
Os empresários pedem por isso aos dezasseis municípios algarvios que desenvolvam programas de renda acessível para chamar pessoas a viverem na região.
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Em época alta, para resolver a falta de trabalhadores, há empresas que vão todos os dias pagam carrinhas que vão buscar funcionários ao Alentejo.
O presidente da Região de Turismo do Algarve confirma os problemas levantados por Elidérico Viegas. João Fernandes admite preocupação, mas sublinha que a falta de arrendamento a preços acessíveis não é caso único da região, agravando-se em certas épocas do ano.
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O presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve, que representa os 16 concelhos da região, também reforça a ideia de falta de mão de obra e de casas a preços para quem tem salários médios. João Fernandes explica à TSF que a forte procura turística na região está a aumentar muito as rendas em todo o país, especialmente no Algarve.
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O também presidente da Câmara de Tavira confirma que como está o mercado é muito difícil encontrar casas a preços acessíveis no Algarve.
Jorge Botelho destaca, contudo, que os empresários do turismo também devem pensar no local onde irão viver os trabalhadores que querem contratar fora da região. A prioridade das autarquias está em arranjar casas a preços controlados para quem já vive no Algarve e foi afetado pelo aumento das rendas.