A viver em Portugal há pouco mais de um ano, as quatro famílias de refugiados que chegaram a Penela estão parcialmente inseridas na sociedade.
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Os mais pequenos vão ao jardim-de-infância e à escola. E, pelo menos dois homens e uma das mulheres já trabalham.
Chegaram a Portugal ao abrigo de um projeto, que era implementado pela ADFP (Associação de Desenvolvimento e Formação Profissional) de Miranda do Corvo. Quando o projeto terminou, ao fim de dez meses, terminaram também os apoios para a integração: deixaram, por exemplo, de ter tradutora.
A Reportagem TSF "Shukraan Portugal" foi ao terreno perceber como estes refugiados, que estranharam a pequenez da vila de Penela, à chegada a Portugal, estão agora mais rendidos às condições de vida que encontraram e apreciam bastante o acolhimento, mas consideram que dez meses de programa de apoio é pouco tempo para aprender a língua e arranjar trabalho.
Das quatro famílias que chegaram a Penela, vindas de um campo de refugiados no Egito, três permaneceram: duas famílias sírias e uma sudanesa. Apenas uma das famílias viajou até Seia porque Fahoud, o pai de família, arranjou emprego. Madmoud Kataan ficou, quer ficar, e sabe o que quer para o futuro dos filhos: "educação", porque só assim a sua permanência em Portugal ficará assegurada. Quanto ao voltar para a Síria? "Só de visita".
Amir Kataan é o filho de Mahmoud e Haia, que já viu nascer a irmã mais nova em Portugal e está no jardim-de-infância. Em pouco mais de um ano já fala português fluente e é o tradutor da família.
Do Sudão chegou Hawa Ibhraim com os netos: Samia, Osam e Belal e para trás deixou a filha e o genro. Tem 70 anos, mas nem a idade a demoveu. Dobra toalhas e lençóis no Hotel Duecitânia em Penela. Na escola, Samia é boa aluna. O que mais gosta é de aprender português. Sabe que só assim conseguirá ter sucesso nas outras disciplinas.
Apenas alguns exemplos de como corre a integração com os refugiados de Penela que chegaram ao abrigo de um projeto de integração de 10 meses. Terminado o projeto, terminaram também os apoios da ADFP. Contudo, Natalyia Bekh cortou a ligação com esta instituição para dar vida a outra associação, a Peacefull Paralel, e assim garantir uma mão de apoio a estas famílias.
Pode escutar a Reportagem TSF esta quinta-feira, na antena, a partir das 20h.