O relatório sobre o Estado da Educação diz que o país evoluiu muito, mas ainda estamos na «cauda da Europa» no abandono escolar precoce.
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Portugal continua a ser um dos países europeus em que mais jovens abandonam precocemente a escola. A evolução foi muita nos últimos anos e décadas, mas as reprovações ainda custam ao país, pelo menos, 200 milhões de euros por ano.
Os números estão no último relatório Estado da Educação, publicado anualmente pelo Conselho Nacional de Educação, onde os especialista alertam que ainda estamos muito longe das metas definidas pela União Europeia para 2020.
Em 2013, Portugal teve a taxa mais baixa de sempre no abandono escolar precoce. Na prática, 19,2% dos jovens saem do sistema de ensino antes de concluir o ensino secundário, pelo que continuamos muito longe dos objetivos definidos para 2020 e da média europeia de 11,9%.
As taxas de retenção diminuíram, mas ainda são muito elevadas e 42,5% dos alunos com 15 anos já repetiram o ano pelo menos uma ou duas vezes (35% uma vez e 7,5% duas vezes), num dos valores mais altos da União Europeia.
Para além dos números, o relatório deste ano do Conselho Nacional de Educação apresenta um artigo que tenta avançar soluções para esta realidade. Os autores sublinham que cada aluno custa ao Estado, em média, 4.415 euros por ano, o que dá, se tivermos em conta as percentagens de alunos que já chumbaram, um custo direto de 200 milhões de euros por ano.
O artigo acaba com uma série de recomendações aos alunos, aos pais, às escolas, mas também aos governos. Os autores dizem que as políticas de combate às desigualdades económicas, sociais e culturais são a melhor forma de travar a retenção dos alunos.