Requisição civil em Lisboa e Vale do Tejo? "Se não há recursos, não se pode requisitar nada"
Luís Pisco dá conta de que não há mais camas disponíveis que possam ser utilizadas para o combate à Covid-19.
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O presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco, revelou esta quarta-feira que os recursos dos hospitais privados para a luta contra a pandemia de Covid-19 já estão a ser utilizados na sua totalidade, pelo que uma requisição civil se torna impossível.
"Estão a dar aquilo que é possível, muito deles estão também cheios de doentes. Se as camas estão cheias, não há qualquer hipótese de as podermos utilizar", assumiu o líder da ARS-LVT.
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Questionado sobre a viabilidade de uma requisição civil na região, Luís Pisco reforçou que tal seria impossível.
"Se não há recursos, não se pode requisitar nada. Sem camas, não se podem requisitar", reforçou Luís Pisco ao lado da ministra da Saúde, Marta Temido, numa visita ao hospital de campanha montado no Campus da Cidade Universitária.
O setor social está também sem mais recursos, com Luís Pisco a pedir a quem não tenha sido contratado que se apresente para "fazer convenções e utilizar todas as camas que sejam possíveis". O presidente da ARS-LVT explicou que não há na região tantas camas provenientes de entidades privadas do setor social como no Norte para ajudar a combater a pandemia.
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"Pela simples razão de que não existem. O Norte tem uma quantidade significativa de misericórdias que não existem no sul. No sul só temos uma misericórdia, é pequenina e tem poucas camas", justificou Luís Pisco.
"Nós conseguimos no máximo duzentas e poucas camas, enquanto o Norte consegue quatrocentas e muitas", adiantou, acrescentando que há "disponibilidade e empenho" dos "três principais grupos de hospitais privados" para "combater esta pandemia".
Luís Pisco referiu ainda que todos os dias há uma equipa que faz "o levantamento de camas vagas" e as gere, realçando também a importância da "solidariedade inter-regiões", uma vez que alguns doentes de Lisboa têm sido transferidos para outros hospitais do país.
"Há três hospitais que estão debaixo de uma maior pressão. São o Amadora-Sintra, Beatriz Ângelo e, por vezes, o Garcia de Orta. E, portanto, esses são aqueles que mais precisam dessa ajuda." Sobre as filas de ambulâncias registadas no fim de semana nos hospitais de Santa Maria, em Lisboa, e de Torres Vedras, Luís Pisco afirmou que foram consequência de picos de procura excecionais.
Portugal voltou a registar novos máximos diários de mortes e novas infeções por Covid-19. Estão confirmadas 9465 mortes devido à Covid-19 em Portugal, mais 219 do que no último boletim epidemiológico.
O número de pessoas infetadas pela doença até agora é de 581.605, mais 14.647 nas últimas 24 horas. Há, neste momento, 143.776 casos ativos.
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