Haverá um reforço das recolhas de sangue antes da Jornada Mundial da Juventude, na última semana de julho, através de unidades móveis no Porto, em Coimbra, em Braga e em Lisboa.
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As reservas de sangue estão estáveis, mas continuam a não ser suficientes. No Dia Mundial do Dador de Sangue, a presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), Maria Antónia Escoval, diz que as necessidades em sangue aumentaram no período pós-pandémicos e continuam a ser necessárias mais dádivas e mais dadores.
"Nos hospitais são necessários todos os dias 1100 unidades de sangue e componentes sanguíneos", lembra Maria Antónia Escoval, em declarações à TSF. "O segredo da sustentabilidade da transfusão é a dádiva regular e continuada ao longo do tempo."
A presidente do Instituto Português do Sangue lembra que os componentes sanguíneos têm prazo de validade: no caso das plaquetas cinco a sete dias e no caso dos copos vermelhos 42 dias. Além disso, os homens só podem dar sangue de três em três meses e as mulheres de quatro em quatro.
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A menos de dois meses da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Maria Antónia Escoval diz que não há motivo para preocupações e explica que há um plano em marcha desde outubro do ano passado.
O IPST estabeleceu uma parceria com a JMJ e haverá um reforço das recolhas antes do evento, na última semana de julho, através de unidades móveis no Porto, em Coimbra, em Braga e em Lisboa.
"Por todo o país teremos unidades móveis a fazer promoção da dádiva com profissionais do IPST e voluntários da FAS - Portugal ", afirma Maria Antónia Escoval.
O presidente da Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue, Alberto Mota, lamenta não ter sido convidado ou contactado para fazer parte desta campanha da JMJ.
A FAS - Portugal "tem feito recolhas pontuais por algumas dioceses em unidades móveis", mas tem um "número muito limitado de dadores", aponta.
Com a aproximação da JMJ os esforços de recolha de sangue deviam "englobar todo o movimento associativo, as federações, as várias associações federadas ou não", defende.
Alberto Mota considera ainda importante lançar um alerta sobre o futuro e apela a todos os hospitais para que se mobilizem em nome desta causa.
"Tem havido uma falha muito grande nos últimos anos: os hospitais públicos e privados não têm feito qualquer promoção da dádiva de sangue", lamenta. "Não podemos continuar com esta situação. Há mais de 50 anos termos associações que são elas as únicas que promovem a dádiva de sangue".
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A Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue defende ainda que deve ser reposto o direito a dispensa do trabalho no dia da dádiva de sangue.