Francisco Ferreira, presidente da associação ambientalista ZERO, fala de uma "preocupação enorme" em relação ao aumento de resíduos produzidos.
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"Já temos evidências claras de um aumento de plásticos nos oceanos", refere Francisco Ferreira, da ZERO, na sequência do relatório da OMS sobre os resíduos médicos resultantes da pandemia de Covid-19.
Em declarações à TSF, o presidente da associação ambientalista explicou as consequências da pandemia no ambiente e acredita ser necessário ter atenção a "este conjunto de resíduos que não pode ter como destino a reciclagem", como é o caso do lixo hospitalar.
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Num relatório divulgado nesta terça-feira, a OMS alertou para o aumento de dezenas de milhares de toneladas de resíduos médicos produzidos e distribuídos para o combate à pandemia, mas as máscaras não estão incluídas.
Apesar disso, para a ZERO, o maior uso dos objetos de proteção individual também são uma "preocupação enorme", porque, na opinião do presidente, "continua a haver um descuido grande de muitas pessoas com as máscaras descartáveis".
Francisco Ferreira ressalvou o consumo das famílias durante o confinamento. "Individualmente, as famílias produziram mais resíduos e há uma grande preocupação" porque, segundo o presidente da ZERO, estavam "mais longe da reutilização" e precisavam de "aumentar a recolha seletiva e o "encaminhamento da reciclagem".
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Por outro lado, com a redução do turismo em grandes cidades, ´"houve uma redução de resíduos produzidos" nesses locais.
Quanto aos resíduos urbanos, a associação ambientalista ZERO diz que o balanço é "favorável", mas existe uma "preocupação" com o lixo hospitalar que é utilizado durante o combate à pandemia da Covid-19.
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A Organização Mundial de Saúde diz que foram distribuídos mais de 140 milhões de kits de teste à doença, com potencial para gerar 2600 toneladas de resíduos não infecciosos (principalmente plástico) e 731 mil litros de resíduos químicos.
Também foram administradas globalmente mais de oito mil milhões de doses de vacinas, que produziram 144 mil toneladas de resíduos adicionas sob a forma de seringas, agulhas e caixas de segurança para as colocar.
A OMS diz que o desafio dos resíduos provocados pela Covid-19, e a crescente urgência de abordar a sustentabilidade ambiental, deram uma oportunidade aos países para que reforcem os sistemas de forma a reduzir e gerir de forma sustentável e segura os resíduos produzidos no setor da saúde.
A organização preconiza que tal pode ser conseguido através de políticas e regulamentos nacionais fortes, monitorização e relatórios regulares e maior responsabilização, apoio à mudança de comportamentos, e aumento dos orçamentos.