Resposta a Passos. "Não temos qualquer intenção de fazer uma federação das direitas"
Depois de o antigo líder do PSD ter apelado à união de PSD e CDS, David Justino lembra que a "unidade só importa com convergência" e à beira do congresso, avisa contra a "unidade só para ocupar lugares".
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David Justino descarta a possibilidade de uma "federação das direitas". Apesar de caracterizar como "legítima" e "atendível" a intervenção de Passos Coelho, em que insta as direitas a unirem-se para reformas necessárias e "importantes", o social-democrata salienta que "a unidade tem de ter um propósito".
"Não temos qualquer intenção de fazer uma espécie de federação das direitas", sublinha o vice-presidente do PSD para quem "isso diz respeito a alguns setores da direita que andam à procura de identidade. Perderam o bilhete de identidade e andam à procura dela".
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Esse é por isso, para David Justino, um caminho que "não diz respeito à atual direção, nem à maioria dos militantes do PSD".
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"Nós temos uma identidade própria", vinca o dirigente social-democrata admitindo "ajustamentos" políticos e programáticos.
Sobre a intervenção de Pedro Passos Coelho, David Justino considera que "é sempre muito bem vindo", não deixando escapar a constatação de que o antigo líder "tem estado muito calado".
Num recado para o próximo congresso social-democrata, que se realizará dentro de dias, o vice presidente do PSD atira: "A unidade não serve para nada se for para o partido se fechar sobre si mesmo. Unidade só para ocupar lugares não me interessa."
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"Anda muita gente a falar de unidade: todos unidos, todos unidos, se não há comunhão de propósitos. e se há divergência de propósitos, então a unidade torna-se mais difícil porque é fictícia", critica David Justino fazendo votos para que o congresso marcado para os dias 7,8 e 9 de fevereiro, em Viana do Castelo seja o "lugar adequado para podermos dar razão ao apelo do Dr. Passos Coelho de uma unidade construída sobre princípios e sobre finalidades"
Carlos César traça então um quadro de "desconforto e de crise de identidade" na ala da direita, e não deixa o PSD de fora. "O PSD não está fora de uma crise de identidade que não resolveu por completo. O PSD ainda é um partido sem morada certa, não tem o seu problema resolvido. Verificando que um espaço à sua direita fica menos povoado, desejará ocupar esse espaço."
Para o socialista, "o reaparecimento de Passos Coelho prova que a reconfiguração da direita não está concluída".
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