"Resta-nos mudar de ramo ou o desemprego." Fogo de artíficio cancelado no Ano Novo
Grande parte das autarquias que tinham programado espetáculos de pirotecnia decidiu cancelá-los, perante as restrições à circulação na noite da passagem de ano.
Corpo do artigo
A maioria das autarquias do país cancelou os espetáculos de fogo-de-artifício planeados para o fim de ano. Os produtores de pirotecnia estavam a preparar espetáculos dispersos, para serem vistos à distância, mas, depois das mudanças nas regras para a passagem de ano anunciadas pelo Governo, poucos foram os municípios que decidiram manter o fogo-de-artifício, afirma a Associação Portuguesa dos Industriais de Pirotecnia e Explosivos (APIPE).
TSF\audio\2020\12\noticias\29\carlos_macedo_1_camaras_cancelam
Em declarações à TSF, Carlos Macedo, presidente da APIPE, relata que "depois de o Governo decretar o recolhimento obrigatório às 23h00 no dia 31, praticamente todos os clientes - câmaras municipais - cancelaram os espetáculos". "Ficaram três espetáculos para fazer [Madeira, Seixal e Vila do Bispo]", adianta.
"É um ano sem trabalhar, um ano em que não nos resta outra solução senão mudar de ramo ou mandar o pessoal para o desemprego", lamenta.
TSF\audio\2020\12\noticias\29\carlos_macedo_3_apelo_governo
O setor da pirotecnia abarca cerca de 12 mil trabalhadores. Carlos Macedo pede ao Governo mais atenção a quem trabalha nesta área.
"Quero apelar ao Governo e aos políticos para que pensem mais nas famílias, na necessidade de alimentar os trabalhadores - porque a pirotecnia é uma área que trabalha para o Turismo e para a Cultura - e que se lembrem dos 12 mil postos de trabalho que vão ficar sem rendimentos. A pirotecnia alimenta muitas bocas e muitas famílias", defende.