Restrições no alojamento local? Rui Moreira lamenta que Governo "esqueça pequena economia"
Na emissão especial da TSF, no Mercado do Bolhão, o autarca do Porto refere que as vendedoras estão muito preocupadas com a perda de clientes devido à proibição de novas licenças de alojamento local.
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Rui Moreira lamenta que o Governo central esqueça a pequena economia em medidas como a proibição de novas licenças de alojamento local. Em entrevista durante a emissão especial da TSF, no Mercado do Bolhão, o presidente da Câmara Municipal do Porto diz que as vendedoras do Mercado do Bolhão estão muito preocupadas com a perda de clientes.
"O mercado do Bolhão vive muito do alojamento local, que traz turistas que ficam na baixa e que vêm aqui fazer compras. É aqui que vêm comprar os frescos todos os dias, um croissant, tomar um café", afirma Rui Moreira.
O autarca do Porto acredita que as intervenções nas cidades, feitas pelo Governo Central, acontecem "pelas melhores razões", mas, "muitas vezes", não têm em conta "estes pequeníssimos comerciantes", que "subitamente se veem em perigo e afetados por mudanças que são feitas com muito boas intenções, mas que esquecem a pequena economia".
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Através do programa Mais Habitação, o Estado pretende cativar os senhorios para transferirem os imóveis que têm em alojamento local para habitação.
Os proprietários que retirem as suas casas do alojamento local até ao final de 2024 e as coloquem no mercado de arrendamento habitacional vão ter isenção de IRS sobre as rendas até 2030.
Segundo o Governo, para beneficiarem de isenção de IRS sobre as rendas, os donos das casas no alojamento local terão de colocá-las no mercado de arrendamento entre fevereiro de 2023 e até ao final de 2024.
Questionado ainda sobre a mobilidade na cidade do Porto e as obras do metro, Rui Moreira manifesta alguma preocupação e expectativa.
"Eu estou preocupado com o durante, expectante com o após. Era ótimo ter obras prontas sem fazer obras e, neste momento, estamos a viver uma série de condicionalismos na cidade do Porto, que têm a ver com as obras do Metro. Nós estamos a construir várias infraestruturas na cidade do Porto, a Metro do Porto está a construir a linha rosa, aqui no centro, que tem um impacto enorme no trânsito e no uso da cidade. Isso provoca muitos constrangimentos aos comerciantes e na mobilidade. Tentar explicar às pessoas que têm que ter paciência e que uma obra destas demora muito tempo é difícil", acrescenta o autarca.