"Retenho a imagem do papa a lançar os braços para o Presidente." A TSF na chegada de Francisco a Lisboa
Corpo do artigo
De Figo Maduro para Belém e depois para o CCB: assim foram as primeiras horas do papa Francisco em Lisboa, uma viagem que a TSF acompanhou desde o início.
TSF\audio\2023\08\noticias\02\emissao_jmj_2
16793246
A aterragem em Figo Maduro
O dia começou ainda antes das 07h00, quando o chefe da Igreja Católica entrou no avião que o ia transportar até Lisboa. A aeronave da ITA airways descolou do aeroporto Fiumicino, em Roma, às 07h00, e chegou a Figo Maduro menos de três horas depois e 17 minutos antes do previsto, às 9h43.
https://d2al3n45gr0h51.cloudfront.net/2023/08/02_01_papa_chega_20230802115850/hls/video.m3u8
Aqui, foi recebido por Marcelo Rebelo de Sousa e duas crianças também tiveram a oportunidade de saudar o papa.
Antes da aterragem de Francisco em Figo Maduro, estavam um grupo de polícias à paisana mal disfarçados, com aparelhos eletrónicos no bolso, jornalistas e Fernanda, que acordou às 4h00 da manhã para ver o avião aterrar.
"Não há hipótese de vê-lo, mas estou aqui até ele sair do aeroporto. Já tenho boleia de um jornalista. Sou uma senhora de sorte. Além do papa vi os jornalistas, fiquei a conhecê-los", confessou Fernanda à TSF.
Com um vestido feito a partir de uma bandeira de Portugal e uma grande cruz ao pescoço, Fernanda era, esta manhã, a representação da fé e entusiasmo na chegada do papa.
16793155
Do momento da chegada do papa a Portugal, Manuel Vilas Boas, especialista em religião da TSF, destacou a imagem do papa, de cadeira de rodas, a esticar os braços para o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
"É uma amizade que já se consolidou e ele tinha um ar felicíssimo. É um homem doente, martirizado pela doença, mas é um homem otimista. Nos seus 86 anos lança quase um desafio à vida", comentou Manuel Vilas Boas.
Também em declarações à TSF, a teóloga Teresa Toldi defendeu que o papa Francisco vai deixar aos peregrinos uma "palavra de esperança, a alegria" e, sobretudo, vai "chamar a atenção dos jovens para os problemas principais que o mundo enfrenta".
A cerimónia de boas-vindas em Belém
Depois de sair de Figo Maduro, a TSF seguiu de mota o percurso do papa Francisco até ao Palácio de Belém, onde, ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu honras militares. No local estava uma multidão que não quis perder a oportunidade de acenar ao chefe da Igreja Católica.
A cerimónia de boas-vindas em Belém ficou marcada por protestos das forças de segurança. Os polícias quiseram mostrar ao papa Francisco a forma como são tratados em Portugal.
Antes de reunir-se em privado com Marcelo Rebelo de Sousa, Francisco assinou ainda o livro de honra. Na mensagem, o chefe da Igreja Católica escreveu que estes são "tempos de esperança" em Portugal.
16794559
De acordo com a informação que a TSF apurou junto de fonte da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa ofereceu ao papa Francisco um presépio de barro de Estremoz e um registo de São Francisco de Assis do século XIX.
Já o papa Francisco ofereceu a Marcelo Rebelo de Sousa uma medalha comemorativa da Jornada Mundial da Juventude, com a Sé de Lisboa no centro, e, a título pessoal, um Medalhão de Ouro do Pontificado.
O discurso no CCB
Após uma audiência privada com Marcelo, às 12h00 o papa Francisco saiu do Palácio de Belém e deslocou-se para o CCB para fazer o seu primeiro discurso nesta Jornada Mundial da Juventude.
Antes de o papa tomar a palavra, o Presidente da República deixou algumas palavras a Francisco para lhe garantir que Portugal o acolhe "de braços abertos".
16794768
Já o papa Francisco confessou estar "feliz por estar em Lisboa", que com a Jornada Mundial da Juventude se tornou, "de certo modo, a capital do mundo" e agradeceu a Marcelo Rebelo de Sousa pelo "acolhimento e amáveis palavras".
No seu discurso no CCB, o chefe da Igreja Católica citou Camões, Amália Rodrigues, Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner e José Saramago. Francisco abordou as "injustiças planetárias", guerras, crises climáticas e migratórias.
Referindo-se à Jornada Mundial da Juventude, o chefe da Igreja Católica agradeceu a Portugal "o grande trabalho e generoso empenho".
A guerra na Ucrânia, as alterações climáticas e os jovens não foram esquecidos no discurso do papa Francisco.
O chefe da Igreja Católica criticou também a eutanásia, deixando vários desafios à Europa e ao ocidente.
"Para onde ides se, perante o tormento de viver, vos limitais a oferecer remédios rápidos e errados como o fácil acesso à morte, solução cómoda que parece doce, mas na realidade é mais amarga que as águas do mar? Mas Lisboa, abraçada pelo oceano, oferece-nos motivos para esperar", assinalou.
Notícia atualizada às 12h55
