Retirar filtros dos carros para baixar consumo? Câmara de Lisboa garante aperto da fiscalização
Desde 2009 que a remoção dos filtros de partículas dos veículos está proibida . Partículas poluentes estão na origem de doenças respiratórios e cardiovasculares ou até cancro do pulmão.
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A Câmara Municipal de Lisboa garante que está a reforçar a fiscalização aos carros que retiram o filtro de partículas para consumir menos combustível.
Os motores a gasóleo mais recentes emitem partículas poluentes mais pequenas. Inaladas pelos seres humanos, estas partículas podem causar ou agravar problemas respiratórios e cardiovasculares ou até mesmo cancro do pulmão.
Desde 2009 que é proibido, pela legislação europeia, remover os filtros de partículas dos veículos. No entanto, os centros de inspeção não têm equipamentos capazes de detetar esta fraude, o que faz com que os infratores continuam impunes.
Em declarações à TSF, o vereador José Sá Fernandes, que detém os pelouros do Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia na Câmara Municipal de Lisboa, assegura que a autarquia tem estado atenta ao problema.
"A câmara tem uma zona alargada de zero emissões, portanto, está a haver cada vez mais fiscalização nessa matéria", declarou José Sá Fernandes, acrescentando que estão a ser feitas "operações stop semanais para detetar esse tipo de infrações".
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A associação ambientalista ZERO denunciou, esta semana, que a alteração de filtros "é anunciada impunemente através da Internet" por oficinas que cobram entre 300 e 500 euros, o que sai mais barato do que manter ou substituir o filtro, que pode custar mais de mil euros. A associação denuncia um "problema ambiental sem controlo em Portugal" e pede fiscalização "em larga escala".
"É incompreensível que o Governo não tenha, até ao momento, tomado as medidas necessárias para tornar mais eficazes as medidas de fiscalização sobre os veículos a gasóleo mais poluentes, sujeitos a manipulação dos equipamentos de controlo de emissões e que, de forma ilegal, continuam a circular nas estradas nacionais", reclamou a ZERO.