"Revejo-me tanto no Chega como no Bloco de Esquerda"
Na Entrevista TSF/DN, Morais Sarmento defende que a distância que separa o PSD do Chega é a mesma que o separa do BE. Para o vice de Rio, André Ventura motiva polémica porque o país não está "habituado" a uma posição e direita mais extrema.
Corpo do artigo
No centro é que está a virtude. Deve ser essa a "trincheira do PSD", defende Morais Sarmento, num período em que se questiona o posicionamento dos sociais-democratas face ao Chega de André Ventura.
Na entrevista TSF/DN desta semana, o vice-presidente de Rui Rio diz-se "inequivocamente contra uma solução política de bloco central",e tem uma mensagem a deixar a quem acha que o PSD "está feito com o PS" se não se lançar "numa corrida desenfreada de caracterização à direita": falta-lhes memória - "alguns usavam cueiros ou não eram nascidos quando o bloco central existiu em Portugal".
Para Morais Sarmento, o partido de André Ventura está tão à direita como o partido de Catarina Martins está à esquerda. E também não era equilibrada a solução encontrada pelo primeiro Governo de António Costa, "em que a extrema-esquerda estava à porta do governo e a extrema-direita à porta da clandestinidade".
"Eu revejo-me tanto no Chega como me revejo no BE, porque são, na minha opinião, partidos de extrema-direita e de extrema-esquerda respetivamente (...) minha distância para o Chega é igual, sensivelmente, à minha distância para o BE."
Questionado a propósito das recentes polémicas que envolvem André Ventura, Morais Sarmento defende que "muito do que tem acontecido é esta habituação do país a uma posição e direita mais extrema, que é a do Chega e que se tem demonstrado. (...) É a minha? Não. Revejo-me nela? Não. Tenho alguma coisa que ver com essa voz? Não. Acho que essa voz fazia falta e acho que essa voz tem tanto direito a existir quanto a do BE."
Acontece que, até aqui, a política portuguesa tinha "dois problemas fundamentais no sistema" desde o 25 de Abril: por um lado "estava descalibrado para a esquerda", por outro a voz mais à direita que se ouvia no Parlamento era a de Assunção Cristas. "Dá-me vontade de rir se alguém pretender dizer que o português que pensa mais à direita se revê na Assunção Cristas."
O CDS que "parece ter dado um passo à direita", nota Morais Sarmento, mas se quiser "fazer o campeonato do Chega, está sempre a perder, porque o Chega dobra a parada, diga ele o que disser o Chega diz a dobrar."
Leia aqui a Entrevista TSF/DN com Morais Sarmento na íntegra
