Revisores e trabalhadores das bilheteiras da CP cumprem 24 horas de greve contra "discriminação" nos salários
Um dos sindicatos que convocou a paralisação decidiu desconvocá-la depois de reunir com o secretário de Estado das Infraestruturas.
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Os revisores e trabalhadores das bilheteiras da CP - Comboios de Portugal cumprem esta quarta-feira 24 horas de greve pelo aumento dos salários, acusando a empresa de discriminar trabalhadores com propostas de atualizações que não são iguais para todos.
A paralisação foi convocada pelo SNTSF - Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário / FECTRANS - Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações e pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), mas os sindicatos dividiram-se depois de uma reunião com o secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, tendo o SNTSF/Fectrans decidido desconvocar a greve e o SFRCI optado por mantê-la.
Nesse encontro, foi aprovado um acordo que estabelece, no mínimo, uma atualização salarial intercalar na ordem dos 50 euros por mês.
Em declarações à TSF, Luís Bravo, do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) denuncia que há diferenças de 50% nos aumentos previstos.
"Com a situação da empresa ter fechado um acordo com outra organização sindical, absorveu grande parte das verbas que estavam destinadas a todos os trabalhadores sem garantir, junto das tutelas, um tratamento equitativo para os restantes trabalhadores", condena Luís Bravo. "E é isto que está aqui em causa: no âmbito do aumento intercalar que devia ser igual para todos os trabalhadores, o aumento das desigualdades entre os mesmos."
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Revisores, mas também trabalhadores de bilheteiras e chefias diretas "têm uma discriminação muito elevada face àquilo que a empresa decidiu para outra organização sindical", lamenta o representante do SFRCI.
Uma diferença na ordem dos 50% que implica que existam trabalhadores com uma subida salarial na ordem dos 50 euros e outros com apenas 12 euros de aumento, explica.
Em resposta, a CP rejeita as acusações do sindicato que representa os revisores e garante não está a propor ajustes salariais desiguais.
O porta-voz da empresa, Bruno Martins, apela que o sindicato mude a postura e reconheça o esforço da CP em negociar.
"Foi feito um esforço muito grande para que para haja entendimento com todas as organizações sindicais, foi possível fazê-lo com todos os sindicatos, à exceção desde que mantém a greve para hoje", destaca Bruno Matias.
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"Acreditamos que, no momento em que também este sindicato entenda que não existe discriminação nenhuma, por um lado, e, por outro lado, que existe um esforço muito grande para a valorização salarial de todas as categorias, estamos convictos que será possível repor a paz social e tranquilizar os serviços da CP e, sobretudo, acabar com estas greves que tanto têm prejudicado a vida das pessoas, das empresas e das cidades portuguesas."
O Tribunal Arbitral decretou serviços mínimos de cerca de 30% nos comboios serviços urbanos e regionais e 25% nos de longo curso.
Consulte aqui os serviços mínimos para:
Alfa Pendular e Intercidades
Regional e InterRegional e Internacional
Comboios Urbanos de Lisboa
Comboios Urbanos do Porto
Comboios Urbanos de Coimbra
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