Novos valores entram em vigor esta quarta-feira: preço da garrafa de nove quilos de propano desce em 18 cêntimos.
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A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) reviu em baixa o preço máximo para o gás de botija no mês de outubro, que numa garrafa de GPL propano (T3) de nove quilos desce 18 cêntimos.
Os novos preços entram em vigor na quarta-feira e prolongam-se até 31 de outubro.
De acordo com a tabela dos novos preços máximos, publicada no site do regulador, até hoje, o valor de uma garrafa de GPL (gás de petróleo liquefeito) propano de nove quilogramas (kg) estava fixado em até 23,45 euros, descendo, a partir de quarta-feira, para 23,27 euros.
No caso do GPL propano de tipologia T5, o valor máximo para uma garrafa de 35 kg situava-se em 83,48 euros, passando agora para 82,74 euros, um recuo de 0,74 euros.
Já uma garrafa de propano da tipologia T3 com 12,5 kg vai passar a custar menos 0,19 euros, recuando de 27,85 euros para 27,66 euros.
Para o GPL butano na tipologia T3, a garrafa de 12,5 kg passa a custar 27,66 euros e a de 13 kg será de 28,77 euros.
Revendedores lamentam margem anulada
Os revendedores de gás lamentam a descida dos preços máximos, decidida pelo regulador, apontando que a margem foi "completamente anulada", o que terá "efeitos nefastos" para as empresas.
"Foi com manifesta surpresa e indignação que a Anarec - Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis recebeu hoje a informação publicada no portal da ERSE, com os novos preços máximos do GPL engarrafado. Contra todas as expectativas e tendências reais do mercado, a ERSE baixou os preços máximos do GPL em garrafa, quer no butano, quer no propano, em todas as tipologias", apontou, em comunicado.
Os revendedores lamentam assim ficar com a sua margem "completamente anulada", alertando que esta situação terá "efeitos nefastos" para a rentabilidade das empresas e para a "solvabilidade" dos negócios, podendo colocar em causa o nível do serviço.
A ANAREC lembrou ainda que, esta semana, a Galp subiu em 7,20% o preço de venda de garrafas butano aos revendedores, tendência que deverá ser seguida pelas restantes petrolíferas.
Por outro lado, reiterou que o indexante utilizado pelo regulador na fórmula que determina o máximo de venda ao público "não tem correspondência real", uma vez que o valor determinado pela ERSE tem em conta os preços publicados pela Argus Media, sendo que o mercado português rege-se pelos da Platts.
"Os revendedores de gás em garrafa, que já estavam profundamente descontentes com esta medida de fixação dos preços, ainda mais indignados ficaram com a descida de preços publicada hoje. Os retalhistas já transmitiram à ANAREC que equacionam avançar com medidas de protesto", vincou.
Neste sentido, a associação vai enviar um pedido de audiência, com caráter de urgência, ao secretário de Estado da Energia, João Galamba, e um pedido de reunião com a ERSE e com a Autoridade da Concorrência, de modo a "pôr termo imediato a esta medida, que está a estrangular em absoluto a rede de revenda a nível nacional".
Em meados de agosto o Governo voltou a fixar preços máximos para o gás engarrafado, tal como já tinha acontecido durante a pandemia de covid-19, tendo a ERSE apontado a existência de problemas estruturais no mercado, com preços desfasados das cotações internacionais, para justificar a fixação de valores máximos.