
Filipe Amorim/Global Imagens
Presidente do PSD não gostou da primeira parte do debate e até considera que possa ser prejudicial para imagem do partido. Para já, não há mais debates à vista.
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O tema na agenda do PSD era outro, mas era inevitável não regressar ao debate desta quarta-feira à noite. À margem de uma visita a uma esquadra em Lisboa, Rui Rio admitiu não ter gostado da primeira parte do debate entre os candidatos à liderança do partido.
"A primeira parte do debate, acho que sinceramente não gostei. A segunda foi melhor", sublinha o presidente do PSD reconhecendo que, tratando-se de um debate entre candidatos de um só partido, "é quase inevitável" não se tratar de "questões internas". O problema é que, reconhece o líder social-democrata, estas questões podem acabar por prejudicar o partido.
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Ainda assim, Rui Rio não considera que os ataques de parte a parte na televisão pública tenham sido um "ajuste de contas". "Por aí também não vou, se fosse um ajuste de contas em vez de 15 ou 20 minutos eram três horas... Não é modelo que me agrade, mas reconheço que em debates entre candidatos do mesmo partido é quase sempre assim", diz o presidente do partido lembrando ainda confrontos no PS entre António Costa e António José Seguro.
Sobre mais debates no futuro, Rio diz que ainda não está nada marcado, apenas existem algumas negociações. "Vamos ver", destaca Rio.
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Falta de condições na PSP
Mas como a agenda do partido se impunha, Rio fez questão de destacar que a visita à esquadra do Largo do Calvário, em Lisboa, pretendia alertar para a falta de condições de trabalho e até da vida dos agentes da autoridade.
Acompanhado pelos deputados Carlos Peixoto, Filipa Roseta e Pedro Rodrigues, o líder social-democrata esteve duas horas a ver as condições e a ouvir as queixas da polícia, saindo com a convicção de que é, de facto, necessário mais investimento público.
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Na esquadra do Calvário, por exemplo, Rui Rio destaca problemas de humidade ou de degradação das portas, mas mais do que isso, ouviu da boca dos agentes que é necessário apostar em soluções para acomodar os profissionais.
"O Estado, neste caso o Ministério da Administração Interna, eventualmente em parceria com as autarquias, tem de encontrar soluções para isto. Um homem ou uma mulher, viverem numa situação destas por muitos anos, não é viver seis meses nem sete, é viver muitos anos em condições difíceis porque ganham pouco e o imobiliário está muito alto", sublinha Rio.
Rejeitando avançar com propostas em sede de Orçamento do Estado porque é ao governo que cabe essa responsabilidade, Rio sublinha que a missão da oposição é fazer alertas. Por isso mesmo, pede mais investimento público em áreas que foram descuradas nas últimas décadas.
"As funções de soberania ficaram um bocado para trás, entre elas as esquadras e os tribunais, e Portugal tem de fazer um esforço no investimento público também nessas áreas que não têm comparticipação comunitária mas que, por força de terem passado 20 ou 30 anos, estão muito degradadas", conclui Rio.