Líder do PSD considera que perda da maioria absoluta por parte do Partido Socialista revela que o desgaste do Governo nacional teve influência nos resultados.
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Rui Rio, em reação aos resultados do PSD este domingo à noite nas eleições nos Açores, considerou que o resultado foi positivo e que o partido se afirmou como alternativa política na região ao subir 3% dos votos.
"José Manuel Bolieiro foi eleito líder regional só há dez meses, teve muito pouco tempo para se afirmar. O PS, a dois dias das eleições, ainda fez publicar uma notícia tentando difamar José Manuel Bolieiro. Há um notório desgaste do governo regional mas, ainda assim, o resultado acaba por ser francamente positivo", explicou o líder do PSD.
Para o social-democrata, os resultados desta noite, em que se verificou uma perda da maioria absoluta por parte do Partido Socialista, revelam que o desgaste do Governo nacional teve influência nos resultados.
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"A realidade açoriana e madeirense são muito fortes e desligadas da realidade nacional, mas não deixa de haver sempre alguma influência do desgaste do Governo nacional ou pujança. Isso é muito difícil de medir, talvez nem cientificamente fosse possível", afirmou Rui Rio.
Sobre os resultados da abstenção em tempo de pandemia, o líder do PSD afirma que os resultados não foram incríveis, mas destaca a evolução positiva.
"Os números da abstenção são elevados, mas mesmo assim recuperaram um bocado em relação a 2016, sem pandemia", sublinhou o líder do PSD.
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Questionado sobre o Orçamento do Estado para 2021, depois de o Bloco de Esquerda revelar, esta noite, que vai votar contra, Rui Rio voltou a reforçar que o PSD vai votar contra porque não acredita que o documento fique em condições por mais alterações que se façam.
"Vamos votar contra na generalidade na convicção de que por mais alterações que se façam o Orçamento não vai ficar em condições de fazer aquilo que deve ser feito. O primeiro-ministro disse que alinha claramente com o BE e PCP e nada quer com o PSD. Isto é uma posição política e não tem de pedir desculpa pelas posições que toma", acrescentou Rui Rio.
Sobre a formação de Governo nos Açores, Rui Rio reconheceu que não é um processo fácil de concretizar. "Em face destes resultados, a governabilidade dos Açores não é simples, porque a esquerda não consegue maioria", afirmou.
Sendo "verdade que a direita tem mais do que a esquerda" e que "a direita toda, efetivamente, consegue" atingir uma maioria, Rui Rio apontou que "a direita toda é muito fracionada, tem muitos partidos e, portanto, é algo que não será fácil".
"Não me quero intrometer naquilo que é uma decisão que cabe à comissão política regional dos Açores, e sabem que isto é sempre melindroso. As autonomias são sempre muito ciosas da sua autonomia", justificou, perante a insistência dos jornalistas para uma abertura do PSD em juntar-se aos partidos de direita que conseguiram eleger deputados.
Assim, "não como presidente do PSD, mas analisando os resultados", o social-democrata reiterou que "não é fácil conseguir juntar os partidos à direita porque, ainda por cima, são muitos".
"Tenho a minha ideia sobre aquilo que eventualmente irá acontecer, mas não queria dizer", disse apenas.
Assim, de acordo com Rui Rio, "será o PSD nos Açores que irá determinar aquilo que pretende fazer, sendo que antes disso também o PS, que é quem vai ser chamado a fazer o Governo regional, terá de decidir a forma como o irá o fazer".
"O primeiro passo é do PS e não do PSD, porque foi mais votado do que o PSD", sinalizou.