Rio sobre Van Dunem: "Se fosse ministra de um Governo meu, ou se demitia ou tinha de ser demitida"
O líder social-democrata não tem dúvidas de que a ministra da Justiça mentiu quanto ao processo de seleção para o cargo de Procurador Europeu, e considera "gravíssimo" o acontecimento, numa altura em que Portugal assume a presidência europeia.
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Rui Rio, presidente do PSD, não tem dúvidas de que a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, mentiu. Em Ovar, de visita à orla costeira, para se inteirar dos problemas da erosão e da subida das águas do mar, questionado pelos jornalistas, Rio considerou "gravíssima" a celeuma que causou o processo de seleção para a Procuradoria Europeia.
"Penso que já não há muito mais para analisar. É absolutamente inequívoco que a ministra da Justiça mentiu claramente quando disse, por exemplo, que não conhecia a carta que tinha as falsidades para influenciar o conselho a decidir a favor do procurador que pretende." O social-democrata defende que Van Dunem não deve continuar no cargo. "Eu não tenho de pedir a demissão da ministra. Eu tenho de dizer isto, assim: para mim, uma pessoa que se comportou da forma como a ministra da Justiça se comportou e tem comportado - porque agora até tenta encobrir a responsabilidade dela própria - não tem condições para exercer o cargo de ministra da Justiça."
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Rio garante que, num Governo social-democrata, ou a governante saía ou era demitida. "Se fosse ministra de um Governo meu, neste momento, ou se demitia ou tinha de ser demitido", posiciona-se.
Rui Rio afirma ainda que o caso do procurador José Guerra envergonha Portugal no momento em que assume a presidência do conselho europeu, até porque é uma forma de "começar mal", após a presidência alemã, que é "difícil de igualar".
"Não é no momento em que Portugal assume a presidência, porque estamos a falar de uma carta que é já de novembro, mas que vem a público no momento em que Portugal assume a presidência", conclui.