Projeto da Universidade do Minho levou robôs a várias escolas do país para ajudar alunos com disciplinas como matemática ou ciências.
Corpo do artigo
TSF\audio\2018\11\noticias\19\liliana_costa_robos
Os robôs já estão a ser usados em algumas escolas públicas do 1.º ciclo para ajudar a ensinar matemática ou ciências, no âmbito de uma investigação liderada pela Universidade do Minho que procura linhas orientadoras para integrar a programação e a robótica logo a partir dos primeiros anos de escolaridade.
Liderado pela investigadora Maribel Santos Miranda Pinto, da Universidade do Minho, o projeto é desenvolvido em parceria com várias universidades e politécnicos e com a colaboração de escolas do 1.º ciclo de todo o país.
Este projeto sucede a um anterior, Kids Media Lab, no âmbito do pós-doutoramento da mesma investigadora na área da Tecnologia Educativa, que envolveu centenas de alunos e educadores de vários jardins-de-infância do país.
"O objetivo é termos no final desta investigação um conjunto de conteúdos desenvolvidos pelos professores, depois da nossa formação, que mostrem que é possível isto acontecer nas escolas e inspirem outros professores a trabalharem estas áreas com as crianças", explica Maribel Pinto.
Na Escola Básica do 1.º ciclo de Alvelos, em Barcelos, um das envolvidos, o robô "Doc", já faz parte da turma do 2.º ano. Num dos exercícios, o robô circula sobre uma superfície quadriculada, avançando conforme as instruções que recebe dos alunos, cumprindo a ordem sequencial de uma história.
"Permite-nos trabalhar transdisciplinarmente, o que é essencial no 1.º ciclo, abrangendo o Português, a Matemática e o Estudo do Meio", explica Helena Villas Boas, a professora responsável pelo ensino de programação e robótica a estes alunos de sete anos.
Os robôs já não são obra de ficção científica e Luísa vê neles uma enorme utilidade: "Podemos mandá-los fazer coisas como lavar a loiça ou arrumar o quarto. Enquanto isso podemos estar a ler livros". Já se um robô substituir o trabalho de um professor Francisca entende que seria "muito mau" porque os robôs "não dão abraços".
Os tabletes, os computadores e os telemóveis já fazem parte do dia-a-dia das crianças. Conceição Ferreira, a professora titular desta turma do 2.º ano, constata que as crianças revelam aptições inatas nestes domínios tecnológicos. "Parece que já nascem com a tecnologia. Descobrem coisas que às vezes ainda nem nós apercebemos", conta, acrescentando que "todos estes alunos têm tabletes ou computadores já desde o pré-escolar".
Recursos tecnológicos que não estão disponíveis na generalidade das escolas. A EB 1 de Alvelos é uma exceção, sublinha Helena Villas Boas, onde "a associação de pais montou uma sala toda programada informaticamente, com 23 computadores portáteis, além de uma tela, projetor e computador oferecido pela Câmara".