O músico e compositor vai estar esta quinta-feira no Lux em Lisboa para apresentar o álbum "Cérebro: Mais Vasto que o Céu", que inclui músicas criadas com os processos que acontecem no interior do cérebro registados através de um eletroencefalograma.
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A inspiração inicial para criar música a partir de emoções cerebrais surgiu quando Rodrigo Leão viu as imagens do neurocientista e artista norte-americano Greg Dunn, que estiveram em exibição na Fundação Calouste Gulbenkian numa exposição sobre o cérebro.
Rodrigo Leão acabou por fazer um álbum sobre o cérebro com temas que nasceram desse projeto mas também de um encontro que teve com um eletroencefalograma.
"É um aparelho que nós temos na cabeça e que depois está ligado através de outro aparelho e que depois está ligado com o nosso computador e com os nossos sintetizadores", explica o músico.
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Antes de iniciar qualquer experiência, Rodrigo Leão viu o boletim meteorológico para limpar a cabeça. Depois, sentou-se a ver filmes de Wim Wenders com sensores ligados à cabeça.
O eletroencefalograma registou a atividade cerebral e os diversos estados emocionais a que o músico foi exposto. Os sintetizadores captaram ondas cerebrais que foram transformadas em sons.
"Quando estamos a ver imagens que podem provocar tristeza ou raiva conseguimos captar esses momentos através dos nossos sintetizadores e depois explorá-los para esses sentimentos que eram provocados", conta.
Rodrigo Leão aceitou o desafio de criar músicas a partir desses sons como uma espécie de banda sonora do cérebro.
"São impulsos. Isto é através de MIDIs [Interface Digital de Instrumentos Musicais]. Não se percebe diretamente se é uma coisa muito triste ou não. São umas notas. Depois há sempre um a certa manipulação do músico, apesar de mantermos aquelas notas iniciais que foram provocadas através desses impulsos. Depois podemos mudar o som para piano ou uma flauta", explica.
Aos impulsos, Rodrigo Leão junta arte musical e um pouco de medo, tristeza, raiva ou alegria que fazem agora parte de um álbum a que o músico chamou "Cérebro: mais vasto que o Céu".