Rua da Madalena em risco de "colapso". Junta de Santa Maria Maior pede "medidas imediatas" à CML
O presidente da junta de Santa Maria Maior sugere alterações no trânsito e considera que o município tem ignorado os alertas da freguesia.
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A Junta de Freguesia de Santa Maria Maior alertou esta quarta-feira para o risco de “colapso" da Rua da Madalena, na Baixa de Lisboa, na sequência do encerramento ao trânsito da Rua da Prata, pedido ao executivo camarário "medidas imediatas".
Em declarações à TSF, o presidente da junta de Santa Maria Maior, Miguel Coelho, explicou que existem “vários abatimentos pela rua da Madalena, um bastante preocupante”.
“Eu alertei a câmara, foram lá arranjar, mas foi superficial. Dois dias depois estava na mesma, voltei a alterar e voltaram. Hoje está na mesma e, portanto, é uma situação muito complicada que só se resolve tomando medidas imediatas para impedir o volume de tráfego na Rua da Madalena”, acrescentou.
Segundo a junta de freguesia, “a Rua da Madalena é percorrida diariamente por uma média de seis mil veículos, incluindo autocarros e outras viaturas pesadas", que, "todos os dias, poluem, provocam ruído excessivo, condicionam o trânsito e o acesso ao comércio e às habitações", comprometendo a circulação pedonal e danificando, "rapidamente e aos olhos de todos, a infraestrutura viária".
Para o presidente Miguel Coelho, é necessário fazer alterações no trânsito e, para “estas medidas funcionarem”, têm de ser concretizadas ao mesmo tempo. Assim, Miguel Coelho sugere “abrir na Rua da Prata durante o período da manhã das 07h00 às 10h30 um canal de escoamento”.
“Em segundo lugar, tornar a Rua do Ouro provisoriamente em dois sentidos. É uma rua recentemente arranjada e que suporta. Mesmo que traga alguns incómodos, é melhor assim do que estar a canalizar tudo para a Rua da Madalena”, apontou, considerando ainda possível “alterar o sentido da Rua dos Fanqueiros.
A Rua da Prata, em obras desde dezembro de 2022, reabriu no final de novembro, com a reposição do percurso do elétrico 15 e um canal ciclopedonal, ficando interditada à circulação automóvel.
Segundo o município presidido por Carlos Moedas (PSD), a reconfiguração na circulação na Rua da Prata pretende facilitar e promover o acesso à Baixa através do uso do transporte público e dos modos suaves de deslocação.
Na altura do anúncio da reabertura da Rua da Prata, a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior lamentou ter tomado conhecimento da informação "através dos órgãos de comunicação social, dois dias antes, e através de um e-mail remetido" na véspera da reabertura "pelos serviços camarários".
Na ocasião, embora "não discordando do princípio de que a Rua da Prata deve ser interditada ao trânsito automóvel", Miguel Coelho lamentou que a câmara não tivesse considerado nenhuma proposta apresentada pela junta ou "pelos moradores da Baixa e concretamente da Rua da Madalena, severamente afetados pelo escoamento do trânsito".
