O jornal Expresso adianta na edição de hoje que o atual ministro dos Negócios Estrangeiros comprou as ações a menos de metade do preço pago pela fundação a que presidia há 12 anos.
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Entre o final de 2000 e o início de 2001, Rui Machete, então presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), pagou um euro por cada uma das mais de 25 mil ações da Sociedade Lusa de Negócios (SLN).
O preço, o mesmo de que beneficiou o atual Presidente da República, representa menos de metade do valor pago, por ação, pela FLAD. A fundação pagou dois euros e vinte por cada título.
O Expresso conta que Rui Machete vendeu até 2006 as ações da SLN por dois euros e meio, com mais valias de 38 mil e duzentos euros.
Já a FLAD, que tinha comprado mais de dois milhões de ações, vendeu metade sete meses depois, por dois euros e trinta, conseguindo uma mais valia de dez cêntimos por ação, num total de 113 mil euros.
Até 2007, a FLAD abandonou a estrutura acionista da dona do BPN, com uma mais valia total de 643 mil euros.
A diferença de preços entre as ações vendidas a acionistas individuais e investidores estratégicos só encontra explicação numa estratégia já explicada por José Oliveira Costa, no Parlamento. O fundador do BPN queria captar investidores considerados estratégicos.
Cavaco Silva e a filha foram outros dois investidores que beneficiaram deste preço e conseguiram mais valias com a venda das ações.
Acresce que estes investidores, quando eram captados, beneficiavam de outras garantias. Não apenas o BPN financiava a operação de compra das ações, como a SLN comprometia-se a comprar de volta os títulos com mais valias grantidas de quase 150%
O Expresso nota, a partir dos relatórios das FLAD, que o investimento na SLN, coincidiu no tempo com outras apostas acionistas na Banca. Foram feitos investimentos no Banco Big e no Banco Privado Português.