Receita de campanha de Rui Rio promete sal mas pouca pimenta. Entre toques na bola e a plantação de medronheiros, presidente do PSD desvaloriza os resultados das sondagens.
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"Só um à frente? Depois vamos trocando porque isto à frente um gajo corre muito". Rui Rio correu, marcou golos e honrou o 7 que tinha às costas, número do capitão da seleção nacional, Cristiano Ronaldo. Antes de entrar em campo já tinha reconhecido o peso da responsabilidade e no sintético do Juventude Desportiva Monchiquense lá fez o gosto ao pé por duas vezes.
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Com a campanha oficial a começar em poucas semanas, Rui Rio precisa de apurar a estratégia para tentar fazer golos ou, na pior das hipóteses, não sofrer muitos. Por isso mesmo, a caravana social-democrata vai optar por uma nova forma de fazer campanha como, de resto, o próprio presidente do PSD já tinha avisado no rescaldo das eleições europeias.
"Vai haver muito menos comícios. Então aqueles comícios jantares ou almoços, ainda menos. As pessoas estão lá e ora comem a sopa, ora levantam a bandeira, ora batem palmas, ora falam para o lado, ora não ouvem quem fala... Isso está descredibilizado e vai existir numa escala muito pequenina", explica o presidente do PSD.
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Rui Rio adianta que as ações de campanha vão ter "mais conteúdo e menos gritaria, particularmente, muito menos insulto ao adversário". Ainda assim, o líder social-democrata promete que a campanha não vai ser insonsa: "ações de campanha com mais moderação, mais equilíbrio, mais racionalidade, menos emotividade, mas depois haverá ali uma pontinha de emotividade porque se não isto não tem sal".
Salgados estão os resultados das sondagens para o PSD, em particular a sondagem da Pitagórica para a TSF e Jornal de Notícias que lhe dá uns escassos 20,4% nas intenções de voto. No entanto, como já vem sendo hábito, Rui Rio desvaloriza os números. "Se há coisa em que não faço fé é em sondagens. Faço fé naquilo que é o trabalho, nas propostas, naquilo que depois o povo irá dizer", atira Rio que tem sucessivamente vindo a cair nos estudos de opinião.
Desde logo, o líder do PSD não nega a dificuldade de vencer as eleições, "mas não é tão difícil quanto o que escrevem, particularmente o que escrevem nas sondagens". "Podem ir saindo umas sondagens atrás das outras a ver se desmoralizam as pessoas, comigo funciona ao contrário", assegura.
Acompanhado por vários cabeças de lista às legislativas de outubro (Carlos Peixoto, Cristóvão Norte, André Coelho Lima, Hugo Carvalho e Ana Miguel Santos), Rui Rio teve ainda tempo para vencer nos matraquilhos e não conseguir pontuar no jogo tradicional do burro. Dia intenso em que o presidente do PSD ainda se prepara para o famoso comício da Festa do Pontal onde são esperadas mais de mil pessoas na vila de Monchique, o local onde deixa marca na natureza: um medronheiro que plantou à beira da estrada.