
Global Imagens/Fernando Pereira
Preto no branco, num artigo de opinião esta quarta-feira no Jornal de Notícias, o antigo autarca do Porto garante que só vai decidir uma eventual candidatura à Presidência da República depois de 4 de Outubro.
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Rui Rio confessa que chegou a ponderar a antecipação dessa decisão para final de Julho, ou para Setembro, mas afirma que chegou à conclusão de que essa antecipação serviria apenas para "marcar terreno", condicionando outros candidatos de centro-direita, e que teria razões meramente tácticas.
Num artigo com o título "Presidenciais: Ponderação em nome da responsabilidade", Rio garante que a sua eventual candidatura a Belém não tem condicionantes exclusivamente tácticas, correspondendo antes a "um projecto para o país e à identificação de uma inequívoca vontade de parte substancial da sociedade", condições que, diz o potencial candidato, "não parecem estar presentes numa decisão a ser tomada agora".
De uma vez por todas, Rui Rio adia a decisão e fica à espera dos resultados das legislativas de 4 de Outubro. Neste artigo de opinião no JN, o antigo autarca afirma que só quando os portugueses se começarem a concentrar verdadeiramente nas presidenciais é que se poderá aferir em definitivo se uma candidatura é verdadeiramente útil ao país, admitindo, nesse caso, um regresso à vida pública.
Numa indirecta a Marcelo Rebelo de Sousa, Rio diz ainda que alguns candidatos sempre defenderam anunciar a candidatura o mais tarde possível, "porque quanto mais tarde, durante mais tempo conseguem usufruir de palcos mediáticos de que os outros não dispõem." Mantendo o alvo, Rui Rio deixa algumas críticas às especulações e comentários que, sob a capa de uma falsa isenção, se esforçam por colocar o tema das eleições presidenciais no palco mediático da forma como lhes dá mais jeito, apenas para daí retirarem vantagens para os seus objectivos políticos.
Rio termina o artigo afirmando que "tal como até aqui, poderão continuar a aparecer sobre mim notícias e comentários com base nas habituais fontes anónimas, próximas ou seguras, confundindo ponderação com indecisão e tentando baralhar quem ainda as lê ou ouve. Mas para efeitos do conhecimento da verdade, nesta matéria, conta o que eu efectivamente digo. E, sobre isto, o que eu digo, por norma, não é muito, já que nunca caio na tentação de confundir a realidade do País com o que, em circuito fechado, se vai recriando na futilidade de alguns corredores político-mediáticos".