Rui Rocha almoçou com Montenegro para promover "alternativa", mas descarta acordo pré-eleitoral
"O senhor Presidente da República cometeu um erro de avaliação que foi confiar em António Costa", afirma o líder da IL.
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O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, descartou esta quarta-feira o cenário de um acordo pré-eleitoral com o PSD e explicou que o almoço com Luís Montenegro serviu para promover uma alternativa para o país.
"Não haverá nenhum tipo de entendimento pré-eleitoral. Portanto, os partidos, quando chegar o momento, apresentarão as suas listas com total autonomia, mas há essa disponibilidade depois para discutir, em função dos resultados eleitorais, os cenários que sejam possíveis traçar. [Acordo pré-eleitoral] está completamente afastado", garantiu o líder liberal em entrevista à SIC Notícias.
Questionado sobre se as eleições europeias, previstas para meados do próximo ano, poderem ser um ensaio desse entendimento, Rui Rocha mantém a posição.
"Não, esses cenários estão afastados. Foi algo que ficou esclarecido entre ambos durante este almoço e depois não entrámos propriamente em mais discussões. Isto foi sobretudo manter e criar uma linha de comunicação para promover uma solução alternativa em Portugal. Penso que o cenário que temos vivido, a degradação a que temos assistido nas últimas horas, impõe que haja esse sentido de responsabilidade e isso foi firmado", explicou o líder da IL.
Rui Rocha disse que o almoço desta quarta-feira com Montenegro já estava marcado antes dos desenvolvimentos que culminaram na demissão de João Galamba não aceite por António Costa. Na terça-feira, o liberal afirmou que António Costa humilhou publicamente o Presidente da República e que a única maneira de repor a normalidade é Marcelo Rebelo de Sousa dissolver o parlamento.
Agora, Rui Rocha defendeu que o presidente da República ficou refém do primeiro-ministro.
"O senhor Presidente da República cometeu um erro de avaliação que foi confiar em António Costa. António Costa, no seu percurso, já demonstrou que não é confiável, desde os tempos de Antonio José Seguro a todo o seu percurso há uma demonstração inequívoca de que não é uma pessoa confiável. Costuma dizer-se, para se falar de pessoas que não são confiáveis, que não se compra a determinadas pessoas um automóvel em segunda mão. Não comprava um automóvel novo a António Costa. Eu acho que o senhor Presidente da República cometeu um erro de avaliação que foi confiar em António Costa. Agora, está confrontado com a consequência disso", considera o presidente da Iniciativa Liberal.