Foi Campeão Mundial dos 1.500 metros em Pista Coberta no Pavilhão Atlântico, fazendo vibrar os milhares que estavam nas bancadas. 20 anos depois Rui Silva regressa à Expo muitas vezes para treinar.
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"Foi um momento alto na minha carreira, mais ainda sendo em Portugal e com o Pavilhão repleto como estava e com toda a gente a chamar o meu nome. Marcou-me bastante."
No dia 10 de março de 2001 Rui Silva levou três minutos, 51 segundos e seis centésimos a fazer 1.500 metros. "Os" 1.500 metros. Naquele dia, Rui Silva fez levantar um Pavilhão, então do Atlântico, e aplaudir e gritar o nome dele. Rui Silva, que no ano da Expo 98 tinha, em Valência, conseguido o título Europeu de pista coberta, sagrou-se Campeão do Mundo.
Os primeiros dois terços da corrida foram lentos, e o público reclamou. "Ia muito compenetrado, mas depois, quando vi as gravações apercebi-me que realmente assobiaram", conta o atleta à TSF. Mas a quatro voltas do fim, nos últimos 500 metros, Noah Ngeny, campeão olímpico e grande favorito ao triunfo deu um "esticão". Rui Silva foi atrás. Ele e o espanhol Reyes Estevez. Numa passada cada vez mais larga, à saída da última curva, só com a reta da meta pela frente, o épico duelo ibérico, uma vez que Ngeny já tinha ficado para trás, terminou com o português de braços abertos em sinal de festejo em cima da linha da meta.
"Ouvir a Portuguesa é sempre um orgulho, agora, ouvir em Portugal, com o Pavilhão completamente cheio... Fiquei muito orgulhoso. Muitas pessoas que estiveram no Pavilhão dizem-me que estiveram lá e choraram naquele momento. Isso deixa-me muito honrado."
Vinte anos passados sobre a conquista, Rui Silva olha para a Expo e vê uma obra que mudou a face de Lisboa e que se acabou por tornar uma referência entre os atletas.
"Foi um espaço que foi devolvido, conseguido e integrado na cidade como um espaço extremamente útil. Toda a gente hoje em dia conhece a Expo, não só como a Expo 98, mas como Expo. Nós, no meio, quando perguntamos "onde é que vais treinar" a resposta é muitas vezes "na Expo".