Em entrevista à Notícias magazine, o fundador do Livre afirma que o partido "pode sobreviver a qualquer individualidade, mas "não usa e descarta" pessoas.
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Rui Tavares regressa aos momentos atribulados que o Livre tem vivido desde que elegeu a primeira deputada ao Parlamento para afirmar a matriz do partido. Em entrevista à Notícias Magazine , o fundador garante que "se há algo que o Livre não é, é um partido identitário, mas sim universal, ecologista e europeísta.
O rosto referência do Livre, até á eleição de Joacine Katar Moreira, confessa que se afastou da ribalta, após a eleição da deputada, para "distribuir jogo", mas admite vir a apresentar-se como candidato às eleições primárias do partido, se entender que "é a melhor opção para um determinado lugar".
Ao longo da entrevista, Rui Tavares regressa às polémicas que envolveram a deputada do Livre e avisa que a expectativa que elegeu Joacine Katar Moreira "deve ser cumprida". Questionado sobre se não haverá uma segunda oportunidade para a deputada, responde apenas que "os valores estão claros".
Rui Tavares deixa claro que o Livre pode sobreviver a qualquer individualidade, mas "não usa e descarta" pessoas. E deixa um tom de esperança: "Isto não é o fim do Livre, pode ser até o princípio"
O líder do partido admite ainda que teria sido duro na crítica se uma deputada de direita tivesse pedido segurança no parlamento e revela que não esperava "ver tal situação" no partido que fundou. Mesmo que tal atitude "não tenha sido intencional", Rui Tavares considera que "deveria ter existido um imediato pedido de desculpas".
Sobre o funcionamento interno do partido, Rui Tavares admite que terá de existir uma reflexão sobre quem é escolhido para candidato a primeiro-ministro e também sobre a existência de "dois porta-vozes do partido: um homem e uma mulher".
A pensar no Orçamento do Estado, considera que seria "o pior erro" se António Costa e Mário Centeno optassem por viabilizar um "orçamento de poncha", isto é, um orçamento aprovado com o PSD Madeira, o PAN e o Livre. Rui Tavares acredita, contudo, que a experiência de Costa o levará "a estar interessado em aprovar o documento com a esquerda".