À TSF, o secretário-geral da Confragri não esconde a preocupação, sublinhando que não afeta a cadeia agroalimentar. A maioria do parque de tratores do país "tem mais de 20 anos" o que aumenta o risco de sinistros.
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A escassez de oferta de tratores e o prazo para a apresentação de candidaturas à renovação da frota está a gerar uma "onda de insatisfação" junto dos agricultores, referiu esta terça-feira a Confragri, defendendo mais tempo para as candidaturas.
A alusão à questão dos tratores consta de um comunicado divulgado pela Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal sobre a sua participação na primeira reunião do Grupo de Acompanhamento e Avaliação das Condições de Abastecimento de Bens nos Setores Agroalimentar e de Retalho, realizada esta segunda-feira.
À TSF, o secretário-geral da Confragri não esconde a preocupação, sublinhando que não afeta a cadeia agroalimentar.
"Ao nível do agroalimentar, agora no que toca na nossa área de intervenção, que é a agricultura, verifica-se que há falta de tratores", sublinhando que a maioria destes veículos tem mais de 20 anos.
"São tratores que não garantem segurança e daí também o aumento da sinistralidade", alerta, justificando que a causa da falta de veículos deve-se à falta de componentes.
A situação também "está a gerar uma onda de insatisfação junto dos agricultores que têm as suas candidaturas aprovadas, mas com limitações de prazos a cumprir", lê-se num comunicado, salientando que, numa altura em que "não há forma de assegurar o aprovisionamento de novos tratores, seria indispensável aprovar o alargamento dos prazos deste concurso".
Segundo a Confagri, nesta reunião, os membros do grupo concluíram não haver risco de virem a escassear bens alimentares nos principais canais de distribuição.
"Neste momento não se perspetivam ruturas no abastecimento alimentar, apesar de existirem outras situações emergentes, nomeadamente no que diz respeito à distribuição", refere o comunicado apontando o facto de o setor dos transportes estar "a ser fortemente condicionado, não só pela falta de mão-de-obra, mas também pelo agravamento do custo dos combustíveis, questão que está longe de ser resolvida".
Os custos da energia, adubos, pesticidas, mão-de-obra e outros fatores de produção "estão a esgotar a tesouraria dos agricultores", que não conseguem refletir nos preços finais esta subida de custos, refere a Confagri, que alerta que esta situação poderá levar ao abandono da atividade agrícola.
O Grupo de Acompanhamento e Avaliação das Condições de Abastecimento de Bens nos Setores Agroalimentar e de Retalho, coordenado pelos ministros da Economia, das Infraestruturas e da Agricultura, tem nova reunião prevista para daqui a duas semanas, onde será feita uma reavaliação da situação.