Decisão foi comunicada esta terça-feira por uma diretora de recursos humanos da companhia aérea.
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A Ryanair comunicou esta terça-feira, em Faro, que vai encerrar a base naquele aeroporto em janeiro de 2020 embora mantenha os voos, confirmou esta terça-feira à TSF a presidente do sindicato dos tripulantes. Para já, pouco se sabe sobre o futuro dos trabalhadores.
A presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Luciana Passo, disse que "um representante dos recursos humanos da Ryanair foi falar com os tripulantes da base de Faro e avisou-os que a base seria descontinuada a partir de janeiro de 2020".
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Nesta base trabalham cerca de 100 tripulantes que "ou são recolocados noutras bases" ou são alvos de um "despedimento coletivo". A sindicalista recorda que a Ryanair já tinha dito que "iria prescindir de cerca de 500 pilotos e 400 tripulantes de cabine", e que a companhia aérea "já há muito" decidiu que caminho iria tomar, questionando também quais foram "as vantagens que a Ryanair teve por abrir a base em Faro" que agora vai fechar.
A sindicalista participou hoje numa reunião na Direção Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT), em Lisboa, para discutir os serviços mínimos para a greve que irá decorrer na Ryanair de 21 a 25 de agosto.
A presidente do SNPVAC alertou que o timing deste anúncio "parece estranho" mas que "não é por essa pressão que os tripulantes vão deixar de fazer greve". Luciana Passo revelou ainda que, a partir de quarta-feira a companhia aérea deverá anunciar o encerramento de mais bases na Europa.
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Quanto aos serviços mínimos discutidos na reunião, Luciana Passo defende que "não há necessidade de serviços mínimos numa low-cost" e que, por isso, o sindicato não os aceita. "Está nas mãos do ministro da tutela decidir unilateralmente quais são os serviços mínimos que vão propor ou não. Esperamos que não proponha", reforçou.
A dirigente referiu ainda que, para já, não estão em causa mais empregos em Portugal, onde a Ryanair conta com mais três bases, no Porto, em Lisboa e nos Açores.
À Lusa, a Ryanair recordou o comunicado de 16 de julho, em que indicava que "algumas das bases da empresa serão reduzidas ou fechadas este inverno".
Estas conversações, de acordo com a Ryanair, estão a realizar-se nas bases afetadas e não irão implicar corte ou redução de rotas.
No dia 01 de agosto, a Ryanair admitiu que poderá despedir até 500 pilotos e 400 tripulantes de cabine, devido ao impacto do "Brexit" (saída do Reino Unido da União Europeia), ao aumento do preço dos combustíveis e ao atraso na entrega dos aviões Boeing 737 Max.
A companhia de aviação avançou detalhes em relação a este assunto, depois de o seu presidente executivo, Michael O'Leary, ter exposto os planos de reestruturação num vídeo enviado aos trabalhadores, em que pede "desculpa" pelas "más notícias".
Na segunda-feira, Michael O'Leary informou que o lucro da transportadora aérea caiu 21% no primeiro semestre do exercício fiscal, para 243 milhões de euros, face a idêntico período do ano fiscal anterior.
O SNPVAC garante que está aberto a negociações, mas vai avançar com a greve nos moldes em que está prevista, tendo em conta os resultados das conversações de hoje.
Entre as "ilegalidades" apontadas pelo SNPVAC está a falta de pagamento dos subsídios de férias e de Natal, a não atribuição de 22 dias úteis de férias por ano, o não cumprimento integral da lei da parentalidade portuguesa ou a não integração do quadro de efetivos de todos os tripulantes de cabine com mais de dois anos de serviço sem perda de retribuição ou antiguidade.
Notícia atualizada às 23h28